São Paulo, sexta-feira, 13 de março de 2009

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Obama cogita enviar tropas da Guarda Nacional para fronteira com o México

DO "FINANCIAL TIMES"

Barack Obama estuda a hipótese de enviar tropas da Guarda Nacional à fronteira com o México, em meio à preocupação crescente nos EUA com a luta cada vez mais violenta travada pelo México com cartéis de narcotráfico na região da fronteira entre os dois países.
Na semana passada Obama discutiu as implicações militares dos combates com Mike Mullen, presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA.
"Vamos estudar se faria sentido enviar a Guarda Nacional à região, e sob que circunstâncias isso faria sentido", disse Obama anteontem em entrevista a jornais americanos. Mas acrescentou: "Não estou interessado em militarizar a fronteira".
Ontem, o assunto voltou à pauta. O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, reiterou que a questão não será resolvida a longo prazo "por meio da militarização da fronteira".
Ele disse que há requisições pontuais de Estados limítrofes (como Texas e Arizona) do envio da Guarda Nacional e disse que serão avaliadas por Obama e Janet Napolitano, secretária de Segurança Interna.
Quase 6.000 pessoas no México morreram em incidentes de violência relacionados a drogas em 2008 -as mortes em Ciudad Juárez (do outro lado da fronteira em relação a El Paso, Texas) representam um quarto desse total.
Recentemente o Departamento de Estado e organizações privadas divulgaram avisos sobre viagens ao México, e políticos vêm intensificando pleitos por uma resposta mais contundente do governo.
No final do ano passado o Comando das Forças Conjuntas dos EUA divulgou um relatório em que o México é classificado, ao lado do Paquistão, como Estado que pode sofrer um "colapso repentino e rápido". Os EUA consomem 90% das drogas que passam pelo México, rota do tráfico de cocaína e maconha vindas da Colômbia.
Segundo o relatório americano, o governo e a infraestrutura policial e judiciária mexicanos vivem sob pressão de quadrilhas criminosas e cartéis do tráfico. "Qualquer mergulho do México no caos exigiria uma resposta americana, mesmo que fosse apenas devido às implicações graves que isso teria para a segurança dos EUA."
Nesta semana, o vice-presidente, Joe Biden, destacou a ameaça representada pelos traficantes na região da fronteira sudoeste ao anunciar a nomeação de Gil Kerlikowske como "czar" antidrogas dos EUA.


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