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Desistência de indicado para Inteligência causa polêmica sobre influência de Israel
DO "NEW YORK TIMES"
Quando o diretor nacional de
Inteligência dos EUA, Dennis
Blair, anunciou que entregaria
a presidência do Conselho Nacional de Inteligência a Charles
Freeman, algumas pessoas na
Casa Branca temeram que a indicação causasse controvérsia.
O temor se confirmou na terça-feira, quando Freeman, embaixador na Arábia Saudita durante o governo de George
Bush pai (1989-1992), desistiu
do cargo e disse ter sido vítima
de uma campanha do que ele
define como "o lobby de Israel".
Freeman expressa suas críticas a Israel com uma franqueza
que os funcionários americanos raramente utilizam em público sobre um firme aliado dos
EUA. Em 2006, ele alertou que,
"se ninguém interferir, os dirigentes israelenses tomarão decisões que prejudicarão os israelenses, ameaçarão os que estejam a eles associados e enraivecerão todos os demais".
Os críticos que lideraram o
esforço contra Freeman argumentam que essas posições refletem uma parcialidade intolerável em alguém que iria supervisionar a preparação de avaliações de inteligência, que supostamente devem ser neutras em
termos políticos, para consumo
direto da Presidência.
Os defensores de Freeman
argumentam que suas opiniões
sobre Israel só são extremas
quando consideradas pela ótica
política americana, e questionaram se é ou não possível discutir o apoio a Israel sem terminar amordaçado.
"A realidade de Washington
é que nosso panorama político
considera difícil assimilar qualquer crítica a qualquer segmento da liderança israelense", disse Robert Jordan, que foi embaixador dos EUA na Arábia
Saudita de 2001 a 2003.
A campanha de lobby contra
Freeman incluiu telefonemas
de proeminentes legisladores,
entre os quais o senador Charles Schumer, de Nova York, à
Casa Branca. Ela parece ter sido deflagrada três semanas
atrás em um post de blog de
Steven Rosen, um antigo dirigente do Comitê Americano de
Assuntos Públicos sobre Israel.
As posições de Freeman, escreveu Rosen, são "algo que se
esperaria do Ministério do Exterior saudita".
Como o presidente Barack
Obama já é visto com suspeita
por alguns grupos pró-Israel,
os ataques contra Freeman tinham o potencial de causar danos. Esses grupos aplaudiram a
indicação de Hillary Clinton
como secretária de Estado e a
de Dennis Ross como assessor
especial para assuntos do Irã e
do golfo Pérsico, mas continuam suspeitosos sobre outros
membros do governo.
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