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Diplomacia fica entre o novo e o velho
ADRIAN HAMILTON
DO "INDEPENDENT"
Apesar de todas as dúvidas iniciais, o presidente
Obama entrou em ação
prontamente nos assuntos internacionais. Ele logo anunciou o fechamento
de Guantánamo e uma nova abertura diante dos antigos inimigos dos EUA.
Despachou enviados para
a Síria e sugeriu disposição
para dialogar com o Taleban e para um "recomeço"
com a Rússia.
Este é um presidente
muito mais ouvinte em assuntos mundiais do que
qualquer de seus predecessores. No entanto, o desejo de recomeçar não é o
mesmo que promover mudança completa. No grupo
de assessores de Obama,
percebe-se a tentação de
imaginar que a simples visão de um rosto novo provocaria uma recepção diferente, mais aberta.
Isso pode ser fato entre
alguns aliados. Mas não é
nos países mais refratários
aos Estados Unidos.
A secretária de Estado,
Hillary Clinton, vai para a
Ásia - e dá de cara com
uma Coreia do Norte planejando novos disparos de
foguetes. Ela visita o
Oriente Médio -e encontra um potencial novo premiê israelense que não esconde seu desinteresse em
um Estado palestino.
Obama pode continuar
aberto ao mundo, mas as
políticas reais mapeadas
por seu establishment de
política externa ainda seguem o modelo Clinton-Bush de implementar à
força as soluções propostas pelos EUA.
Leia as declarações de
Richard Holbrooke, enviado ao Afeganistão e Paquistão, e você ouvirá um
antigo funcionário do governo Clinton ainda determinado a pressionar o Paquistão a adotar uma posição de confronto com suas
forças internas tribais e do
Taleban, o que Islamabad
não está em condições de
implementar.
Ouvindo os discursos de
Hillary sobre o Oriente
Médio, nos sentimos de
volta à política de Bush de
reforçar o Fatah e excluir o
Hamas, até quando se trata de distribuir assistência
humanitária em Gaza. O
objetivo é pressionar o
Hamas para que coopere, e
não destruí-lo. Mas isso
não se encaixa com a realidade no terreno.
Quando o assunto é o
Irã, as dúvidas são maiores. A carta secreta de
Obama ao colega russo,
Dmitri Medvedev, oferecendo desistir dos planos
de um sistema antimísseis
na Europa em troca da
cooperação da Rússia para
forçar o Irã a abrir mão de
seus planos nucleares, tem
uma lógica evidente. Se o
um escudo antimísseis se
deve à ameaça de o Irã desenvolver armas atômicas,
ela deixa de existir se os
planos forem suspensos.
Entretanto, junte-se a
essa carta as declarações
de Hillary Clinton no
Oriente Médio, mais a nomeação de figura controvertida do governo Clinton, Dennis Ross, como
"assessor especial" sobre o
Irã, e temos um resquício
da política anterior de tentar isolar Teerã para que se
submeta. É a maneira errada de tratar o Irã, que
quer ver reconhecidos
seus direitos como potência regional. Qualquer tentativa de isolá-lo induz
reação oposta.
Acho que Obama reconhece isso. Apesar da promessa de travar guerra decisiva no Afeganistão, a
impressão é que ele vai rever suas opções -e precisa
fazer o mesmo com o Irã e
a Palestina.
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