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Argentina dá pena máxima a 5 por crimes na ditadura
Já há 40 ex-integrantes do regime condenados no país
THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES
A Justiça da Argentina condenou ontem a prisão perpétua
em cárcere comum -pena máxima possível- cinco ex-integrantes da última ditadura militar (1976-1983) no país.
São agora 40 condenados por
crimes cometidos durante a ditadura desde a retomada dessas
causas, no governo Néstor
Kirchner (2003-2007) -cerca
de 800 processos já foram reabertos. Em dezembro de 2008
havia 534 pessoas processadas
e 378 acusados presos.
O ex-tenente-coronel Miguel
Fernández Gez, 82, o ex-capitão Carlos Estebán Plá, 65, e os
ex-policiais Víctor Becerra, 74,
Juan Carlos Pérez, 67, e Luis
Alberto Orosco, 54, foram considerados culpados por três desaparecimentos forçados e por
um caso de sequestro e tortura.
Foi o primeiro julgamento de
repressores na Província de
San Luis.
Todos os condenados ontem
já cumpriam prisão preventiva
em cárceres comuns, exceto
Fernández Gez, em prisão domiciliar em Buenos Aires, benefício que agora deve perder.
As condenações ocorrem em
meio a nova troca de acusações
entre o Executivo e o Judiciário
na Argentina em torno da demora no julgamento de crimes
da ditadura. Na semana passada, a ministra da Corte Suprema Carmen Argibay questionou o governo por falta de recursos e demora na designação
de juízes. A presidente Cristina
Kirchner respondeu e apontou
"graves e inexplicáveis erros"
de magistrados nas causas.
As partes chegaram a um
acordo após o governo prometer 36 milhões de pesos (R$ 23
milhões) à Justiça para nomeação de 750 novos funcionários.
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