São Paulo, sexta-feira, 13 de março de 2009

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Argentina dá pena máxima a 5 por crimes na ditadura

Já há 40 ex-integrantes do regime condenados no país

THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES

A Justiça da Argentina condenou ontem a prisão perpétua em cárcere comum -pena máxima possível- cinco ex-integrantes da última ditadura militar (1976-1983) no país.
São agora 40 condenados por crimes cometidos durante a ditadura desde a retomada dessas causas, no governo Néstor Kirchner (2003-2007) -cerca de 800 processos já foram reabertos. Em dezembro de 2008 havia 534 pessoas processadas e 378 acusados presos.
O ex-tenente-coronel Miguel Fernández Gez, 82, o ex-capitão Carlos Estebán Plá, 65, e os ex-policiais Víctor Becerra, 74, Juan Carlos Pérez, 67, e Luis Alberto Orosco, 54, foram considerados culpados por três desaparecimentos forçados e por um caso de sequestro e tortura. Foi o primeiro julgamento de repressores na Província de San Luis.
Todos os condenados ontem já cumpriam prisão preventiva em cárceres comuns, exceto Fernández Gez, em prisão domiciliar em Buenos Aires, benefício que agora deve perder.
As condenações ocorrem em meio a nova troca de acusações entre o Executivo e o Judiciário na Argentina em torno da demora no julgamento de crimes da ditadura. Na semana passada, a ministra da Corte Suprema Carmen Argibay questionou o governo por falta de recursos e demora na designação de juízes. A presidente Cristina Kirchner respondeu e apontou "graves e inexplicáveis erros" de magistrados nas causas.
As partes chegaram a um acordo após o governo prometer 36 milhões de pesos (R$ 23 milhões) à Justiça para nomeação de 750 novos funcionários.


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