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VENEZUELA
Câmaras do Supremo Tribunal de Justiça divergem sobre referendo
"Chávez abre caminho a Lula", diz líder
FABIANO MAISONNAVE
DA REDAÇÃO
"A permanência de Chávez, que
derrotou um golpe da oposição financiado pelos Estados Unidos,
foi o que deu viabilidade à vitória
do presidente Lula no Brasil. Somos como um pelotão de frente,
lutando e abrindo caminho para
que os governos progressistas do
continente de Lula e [do presidente argentino, Néstor] Kirchner sigam adiante."
A afirmação é do deputado chavista Nicolás Maduro, 41, coordenador da bancada governista no
Congresso venezuelano. Junto
com outros dois deputados governistas, ele participaria ontem à
noite, em São Paulo, de um ato
para lembrar os dois anos do fracassado golpe de Estado contra o
presidente Hugo Chávez.
O evento é organizado pelo Instituto Maurício Grabois, ligado ao
PC do B, pelo MST e por outras
organizações de esquerda.
No dia 11 abril de 2002, parte da
oposição chavista e das Forças Armadas promoveram um golpe
que afastou o presidente venezuelano por 48 horas. Os EUA negam
participação no golpe.
"Na época, a oposição argumentava que era necessário derrubar Chávez para que Lula não
ganhasse a eleição no Brasil", disse Maduro, em entrevista à Folha.
Referendo
Dois anos depois, a tensão política na Venezuela está longe do
fim e agora gira em torno da tentativa dos oposicionistas de convocar um referendo -previsto na
Constituição- para abreviar o
mandato de Chávez.
O Conselho Nacional Eleitoral
(CNE) decidiu em março que
mais de 800 mil assinaturas recolhidas pela oposição no final de
2003 precisam ser validadas.
Ontem, a Câmara Constitucional do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) ratificou uma decisão anterior determinando que o CNE
reconheça em cinco dias as assinaturas invalidadas.
Mas outra Câmara do próprio
STJ, a Constitucional, declarou
em seguida que a Câmara Eleitoral não tem validade.
A oposição tem acusado Chávez
de manobrar para impedir o referendo e de estar à frente de um governo autocrático inspirado no
regime cubano.
Maduro diz que não há no momento possibilidade de negociações com a oposição e que "o que
unifica os opositores é o financiamento dos EUA".
"Quanto mais débil a oposição,
mais fácil fica governar", afirma
Maduro.
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