São Paulo, terça-feira, 13 de abril de 2010

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Brasil e Turquia defendem evitar mais sanções ao Irã

DA ENVIADA A WASHINGTON
DE WASHINGTON

Brasil e Turquia pretendem usar a Cúpula de Segurança Nuclear para insistir com outros líderes que não sejam impostas novas sanções contra o Irã, acusado pelos americanos de buscar armas nucleares.
Em reunião bilateral, Brasil e Turquia concordaram em trabalhar uma "proposta que possa ser aceita pelo Irã e pelos outros países" para evitar a punição defendida pelos EUA, segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
Isso aconteceu no mesmo dia em que China e EUA se encontraram para acertar o apoio chinês à proposta de sanções. O Brasil, que ocupa assento não permanente no Conselho de Segurança, não tem direito a veto, mas os EUA insistem em convencer o país a mudar de posição, segundo Amorim, para dar "legitimidade" à decisão.
Ele disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o premiê turco, Tayyip Erdogan, conversaram "longamente" sobre o Irã ontem, e que eles querem evitar um "ciclo de endurecimento recíproco, em que um país aplica sanções, e o outro diz que não cede".
Pela manhã, Amorim comentou a missão comercial enviada pelo Brasil ao Irã nesta semana, contra a insistência dos americanos para que empresas não façam negócios com o país persa. Segundo o ministro, a possível retaliação pelos americanos àqueles que negociarem com o Irã "é um problema que a empresa vai decidir".
"Se houver sanções que proíbam alguma coisa específica, vamos seguir", disse o ministro. Por ora, o Brasil sai ganhando tanto nas relações comerciais com os EUA quanto com o Irã, e cada empresa deve fazer seu julgamento, completou ele.
Nelson Jobim, ministro da Defesa, disse que o Brasil não assinará o Protocolo Adicional ao Tratado de Não Proliferação Nuclear, que amplia inspeções em instalações nucleares e que ele considera "invasivo".
O Brasil teve reuniões bilaterais com o premiê italiano, Silvio Berlusconi -com quem foi firmado "plano de ação estratégica de cooperação" em áreas como comercial e ambiental-, e com o premiê japonês, Yukio Hatoyama. (CF e AM)


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