São Paulo, quarta-feira, 13 de abril de 2011 |
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Fukushima não é Tchernobil, diz ONU Volume das emissões radioativas no país asiático equivale a cerca de 10% do registrado na usina da Ucrânia Ainda assim, o governo japonês classificou, na segunda, o acidente no país como nível 7, o mesmo de Tchernobil DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS Autoridades internacionais, inclusive da ONU, afirmaram ontem que a decisão do Japão de elevar ao nível máximo a gravidade do acidente nuclear em Fukushima não significa que a crise é comparável ao desastre de Tchernobil, em 1986, considerado o pior da história. O anúncio da elevação de nível na escala do desastre nuclear foi feito pelo governo do Japão na segunda-feira. Ontem, a Agência Internacional de Energia Nuclear, ligada às Nações Unidas, classificou a situação de Fukushima como "completamente diferente" de Tchernobil. "Ser do mesmo nível não significa que seja igual", concorda Jose Marcus Godoy, especialista em radiação da PUC do Rio de Janeiro. O próprio governo japonês ressaltou, ao elevar a gravidade do desastre para o nível máximo, que o volume de emissões radioativas equivale a cerca de 10% do registrado na usina da Ucrânia. Em um acidente em nível 7, há consequências a longo prazo ao meio ambiente para mais de um país. "O fato deles terem colocado um novo número não muda a avaliação que eles tinham da seriedade do acidente", diz Denis Flory, funcionário da agência nuclear da ONU. "Eles não esperaram a mudança na escala para adotar todas as medidas." Flory ressaltou que as medidas como retirada de moradores dos arredores, os alertas de radiação e as tentativas de conter vazamentos na usina refletem o reconhecimento do governo japonês, desde o princípio, da importância do acidente nuclear. Apesar disso, Leonam dos Santos Guimarães, da Eletrobrás, lembra que há pontos negativos na maneira como o Japão está gerindo a crise. "O Japão está sofrendo pressão política externa. O governo japonês está sendo muito criticado pela falta de informação e demora de providências", diz ele. A metodologia de classificação dá margem a várias interpretações. Por exemplo, define-se que a partir de nível 5, já deve haver uma quantidade significativa de mortes relacionadas à radiação. "Porém, quantidade de mortes não é o principal critério", diz Magalhães. "A classificação final só será dada no final, quando a crise estiver terminado", diz o especialista. TCHERNOBIL A usina de Tchernobil, construída pela União Soviética na década de 1970, explodiu durante um teste de segurança. Isso liberou uma grande quantidade de material radioativo no solo e na atmosfera. Ao menos 50 pessoas morreram imediatamente, e houve aproximadamente 4.000 casos de câncer. O governo soviético tentou "abafar" o estrago, o que aumentou a contaminação. O acidente fez com que o mundo passasse a questionar o uso da energia nuclear. Texto Anterior: Análise: Grande demais para um resgate, Itália preocupa Europa Próximo Texto: "Faminto por energia, mundo precisa de usinas nucleares" Índice | Comunicar Erros |
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