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São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2003

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TERROR

4 explosões contra alvos ocidentais deixam número indeterminado de mortos; secretário de Estado chega hoje à capital saudita

Riad sofre ataque antes de visita de Powell

DA REDAÇÃO

Uma série de explosões atingiu ontem Riad (Arábia Saudita), durante a madrugada, horas antes de o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, chegar ao país. Segundo a agência de notícias Reuters, um número indeterminado de ocidentais e sauditas teria morrido. Ao menos 50 pessoas foram socorridas em hospitais da capital saudita.
Pelo menos uma das explosões teria sido provocada por um carro carregado de explosivos que atingiu um complexo residencial habitado por ocidentais. Não se sabia com certeza se americanos tinham sido atingidos.
Inicialmente, o Ministério do Interior informou estar investigando a origem de três explosões. Pouco depois, houve uma quarta explosão, que teria atingido a empresa Siyanco, de propriedade americana e saudita.
Powell, que visitava ontem a Jordânia, deve chegar hoje a Riad para encontros com líderes da Arábia Saudita, o país com as maiores reservas de petróleo do mundo. O objetivo principal da visita é obter apoio para o plano do governo americano de retomada do processo de paz israelo-palestino. Powell já esteve em Israel, nos territórios palestinos, no Egito e na Jordânia. Segundo fonte ouvida pela Associated Press, a visita a Riad seria mantida.
No início do mês, o Departamento de Estado dos EUA desaconselhou americanos a viajarem para a Arábia Saudita, em parte devido ao crescimento do sentimento antiamericano em consequência da guerra no Iraque.
A Arábia Saudita é o país de origem de Osama bin Laden, líder da rede Al Qaeda, responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001. Quinze dos 19 sequestradores dos aviões que atingiram o World Trade Center e o Pentágono eram sauditas.
Mas o país é um importante aliado dos EUA no Oriente Médio. Durante a Guerra do Golfo (1991), integrou a coalizão que expulsou as forças do Iraque do Kuait e liberou suas bases militares para operações dos EUA.
Desde então, extremistas islâmicos realizaram dois ataques contra alvos americanos no país. O pior deles foi em 1996, quando um caminhão-bomba matou 19 soldados americanos num complexo militar saudita.
A presença das tropas americanas da Arábia Saudita, onde fica Meca, local mais importante do islamismo, é um dos motivos alegados para os ataques da Al Qaeda aos EUA.
Durante a guerra no Iraque, a Arábia Saudita não apoiou os EUA e não autorizou o uso de suas bases. Com a remoção de Saddam Hussein, os EUA anunciaram que retirarão cerca de 5.000 soldados americanos da Arábia Saudita ainda neste ano.
Parte das forças americanas devem ser transferidas para outros países da península Arábica que apoiaram os EUA, como o Qatar.


Com agências internacionais


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