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Governo iraquiano assina trégua com milícia de Muqtada al Sadr
Conflitos com o grupo já mataram pelo menos mil em bairro xiita de Bagdá
DA REDAÇÃO
Representantes do influente
clérigo xiita Muqtada al Sadr e
parlamentares do bloco xiita
assinaram ontem um cessar-fogo de quatro dias, em mais
uma tentativa de pôr fim a
combates que já duram sete semanas e deixaram pelo menos
mil mortos no bairro de Cidade
Sadr, um dos mais pobres e populosos de Bagdá.
O acordo inclui, além do fim
das hostilidades, a retirada do
Exército do Mehdi -milícia comandada por Sadr- das ruas e
a reabertura dos acessos à Cidade Sadr, bloqueados pelos
milicianos. O trato estipula que
as forças governamentais podem voltar a realizar operações
de busca de armas e criminosos
no bairro, mas não supõe o desarmamento e a dissolução do
Exército do Mehdi.
Apesar da entrada em vigor
da trégua, o Exército dos EUA
-que não participou das negociações- atacou ontem alvos
xiitas em Cidade Sadr, matando pelo menos três pessoas. Os
habitantes de bairro, que já haviam sofrido a repressão do ditador Saddam Hussein (1979-2003), são as maiores vítimas
dos atuais confrontos.
O ciclo de violência começou
em março, quando Bagdá lançou ofensiva contra "bandos
criminosos" em Basra, capital
petrolífera do país, cujo controle é disputado por facções xiitas. Sadr acusou o premiê Nuri
al Malike de usar a ação como
pretexto para enfraquecer o
Exército do Mehdi em prol de
grupos xiitas pró-governo.
A crise se alastrou e atingiu
Bagdá, especialmente Cidade
Sadr. A repressão ameaçou a
trégua unilateral decretada por
Sadr -que ajudou a reduzir em
60% a violência no país no segundo semestre de 2007. Em
Basra, a mediação iraniana apaziguou a crise, mas as lutas continuaram em Bagdá.
Com agências internacionais
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