São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2008

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Governo iraquiano assina trégua com milícia de Muqtada al Sadr

Conflitos com o grupo já mataram pelo menos mil em bairro xiita de Bagdá

DA REDAÇÃO

Representantes do influente clérigo xiita Muqtada al Sadr e parlamentares do bloco xiita assinaram ontem um cessar-fogo de quatro dias, em mais uma tentativa de pôr fim a combates que já duram sete semanas e deixaram pelo menos mil mortos no bairro de Cidade Sadr, um dos mais pobres e populosos de Bagdá.
O acordo inclui, além do fim das hostilidades, a retirada do Exército do Mehdi -milícia comandada por Sadr- das ruas e a reabertura dos acessos à Cidade Sadr, bloqueados pelos milicianos. O trato estipula que as forças governamentais podem voltar a realizar operações de busca de armas e criminosos no bairro, mas não supõe o desarmamento e a dissolução do Exército do Mehdi.
Apesar da entrada em vigor da trégua, o Exército dos EUA -que não participou das negociações- atacou ontem alvos xiitas em Cidade Sadr, matando pelo menos três pessoas. Os habitantes de bairro, que já haviam sofrido a repressão do ditador Saddam Hussein (1979-2003), são as maiores vítimas dos atuais confrontos.
O ciclo de violência começou em março, quando Bagdá lançou ofensiva contra "bandos criminosos" em Basra, capital petrolífera do país, cujo controle é disputado por facções xiitas. Sadr acusou o premiê Nuri al Malike de usar a ação como pretexto para enfraquecer o Exército do Mehdi em prol de grupos xiitas pró-governo.
A crise se alastrou e atingiu Bagdá, especialmente Cidade Sadr. A repressão ameaçou a trégua unilateral decretada por Sadr -que ajudou a reduzir em 60% a violência no país no segundo semestre de 2007. Em Basra, a mediação iraniana apaziguou a crise, mas as lutas continuaram em Bagdá.


Com agências internacionais


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