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AFEGANISTÃO
"Decapitação não funciona", diz novo comandante dos EUA
DE NOVA YORK
O novo comandante dos
EUA no Afeganistão, general
Stanley McChrystal, diz que
as tropas têm de colocar as
diferenças culturais no centro das operações militares.
Ao "Wall Street Journal",
em sua primeira entrevista
após assumir o cargo, ele disse que, para vencer no Afeganistão, "tem de convencer as
pessoas e não matá-las".
Em depoimento ao Senado
na semana passada,
McChrystal afirmou que
pretende proteger os civis.
Na entrevista, o general afirmou que a experiência nas
guerras do Iraque e do Afeganistão fez com que ele mudasse sua visão.
"Estratégias de decapitação não funcionam", disse.
Segundo ele, a maneira com
que os EUA tentaram lidar
com os conflitos desde o 11 de
Setembro não deu certo.
O currículo do general ainda levanta desconfianças entre os militares sobre sua
adequação para o cargo. Ele
já chefiou as Forças de Operações Especiais e é visto como um homem "de ação".
Indagado sobre a eventual
inadequação por conta de
suas experiências anteriores,
afirmou não concordar, mas
que é uma pergunta justa.
O secretário da Defesa, Robert Gates, deu 60 dias para o
novo comandante elaborar
um plano de atuação. O general indicou que o plano terá semelhanças com a estratégia usada no Iraque pelo
general David Petraeus,
atual chefe do Comando
Central.
Apesar do compromisso
do presidente Barack Obama
de elevar o número de soldados no Afeganistão para 68
mil até o fim do ano,
McChrystal disse não estar
seguro ainda se o número é
suficiente. Uma das ideias do
general é estimular os soldados a entrar em contato com
os residentes para trazer um
senso de estabilidade à população.
(JANAINA LAGE)
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