Sarfraz Naeemi criticava abertamente militantes, alvo de investida do Exército na região do Swat

DA REDAÇÃO

Um clérigo paquistanês opositor ao Taleban morreu ontem num atentado em Lahore, segunda maior cidade do Paquistão. Sarfraz Naeemi, que criticava abertamente o extremismo e liderara diversas manifestações contra os militantes, foi vítima de um homem-bomba na mesquita onde pregava.
A explosão deixou mais dois mortos e 11 feridos.
É mais uma resposta do Taleban à ofensiva travada pelo Exército paquistanês contra os militantes no vale do Swat, no conflagrado noroeste do país. Também ontem, um caminhão carregado de explosivos foi detonado em Nowshera (noroeste), matando ao menos quatro pessoas. Outros quatro atentados foram perpetrados no país nos últimos oito dias.
Naeemi, o clérigo assassinado, era conhecido por qualificar atentados suicidas de "anti-islâmicos" e organizar uma aliança de religiosos moderados contra a interpretação rigorosa do islã defendida pelo Taleban. "O Exército deve eliminar o Taleban de uma vez por todas", havia dito no mês passado.
O Exército paquistanês iniciou a ofensiva no Swat, próximo à fronteira afegã, no final de abril, para conter o avanço do Taleban. Até agora, mais de 1.300 militantes e cem militares morreram nos combates, e 2,5 milhões de civis abandonaram suas casas, no maior deslocamento em massa do século 21, segundo a ONU.
"Continuaremos a guerra até o fim", disse ontem o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari.
Os EUA consideram uma vitória do Exército essencial para levar estabilidade ao Afeganistão, e a ofensiva também tem ganhado crescente apoio da população paquistanesa.