São Paulo, segunda-feira, 13 de junho de 2011

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ANÁLISE

É cedo para chegar a conclusões sobre a saúde da economia

ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO

Ainda prevalece a previsão de expansão para a economia global em 2011. Isso deveria causar certo alívio, considerando que houve quem apostasse em nova recessão neste ano, incluindo nomes notáveis.
Mas boa parte do mundo desenvolvido ainda exibe vulnerabilidade parecida à do equilibrista na corda bamba. Soma-se a isso uma recente onda de desaceleração entre emergentes. E pior: surgem temores de uma freada brusca da economia chinesa.
Acontece que ainda é junho. Dados são divulgados com defasagem. E houve muito ruído nos últimos meses por conta de imprevistos (de tsunami a revoluções). Falta um desfecho para a crise fiscal na Europa.
Tudo isso faz com que ainda seja cedo para se chegar a qualquer conclusão sobre a saúde da economia global.
A aposta mais segura ainda parece ser a de que há uma recuperação lenta em curso nas economias desenvolvidas e uma necessária freada nas emergentes.
Esses caminhos continuarão sendo, quase certamente, cheios de sobressaltos.
Dados recentes do mercado de trabalho nos EUA retratam isso muito bem. A criação de 232 mil postos de trabalho em abril causou euforia. Em maio, decepção: 54 mil novos empregos gerados.
Uma conclusão que ainda parece relativamente segura é a de que os anos de crescimento robusto-registrados mais ou menos entre 2000 e 2007- serão, por um bom tempo, caso encerrado.
Consumidores americanos e europeus parecem ter percebido que viviam acima de suas possibilidades, no topo de uma montanha de dívidas. Em países emergentes, autoridades têm adotado medidas para tentar evitar que a experiência de "superalavancagem" se repita.
Talvez essas lições contribuam para um novo ciclo de crescimento mais equilibrado. Também há o risco de que outra bolha -a dos investimentos imobiliários na China- estoure, gerando nova crise sem precedentes.
Mas, por enquanto, poucos ousam apostar alto contra o gigante asiático.


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