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IRAQUE SOB TUTELA
Após Senado concluir que ameaça era frágil, presidente afirma que sua política tornou o mundo mais seguro
Bush diz que estava certo ao invadir Iraque
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George
W. Bush, voltou a defender ontem
sua decisão de ir à guerra contra o
Iraque, mesmo admitindo que
nenhuma arma de destruição em
massa foi encontrada no país. O
suposto arsenal proibido iraquiano foi a principal justificativa
apontada por Bush para invadir o
país, em março de 2003.
Candidato à reeleição em novembro, o presidente se encontra
sob a pressão de um relatório, publicado na sexta, afirmando que
as informações que levaram à
guerra eram precárias e repletas
de falhas. Embora tenha deixado
de mencionar a Casa Branca, o
documento, produzido pelo Comitê de Inteligência do Senado,
um painel bipartidário, atesta que
houve exagero do governo ao tratar do perigo representado pelo
ex-ditador Saddam Hussein.
Bush disse que o relatório o
"ajudaria a trabalhar numa reforma" do sistema de inteligência e
justificou sua posição.
"Embora não tenhamos achado
arsenais de armas de destruição
em massa, estávamos certos ao
invadir o Iraque", disse ele durante uma visita a uma instalação nuclear no Tennessee. "Derrubamos
um inimigo declarado dos EUA,
que tinha meios para produzir armas para assassinar massas e poderia ter passado esses meios para
terroristas que tentavam adquiri-los. No mundo após o 11 de Setembro, esse é um risco que não
podíamos correr."
O presidente afirmou ainda que
sua política externa tornou os
EUA mais seguros, após seu virtual adversário, o democrata John
Kerry, dizer o contrário em entrevistas publicadas no domingo.
A segurança dos EUA ante a
ameaça terrorista é uma das principais bandeiras do governo
Bush, que encontrava forte apoio
do eleitorado até recentemente.
Mas, com os reveses sofridos pelos EUA no Iraque e a dificuldade
em capturar o mentor do 11 de Setembro, Osama bin Laden, essa
tendência tem mudado.
Uma pesquisa recente da rede
de TV NBC News e do "Wall St.
Journal" mostrou que 51% dos
entrevistados acham que a ameaça terrorista cresceu ao invés de
diminuir. Foi o argumento usado
por Kerry para atacar Bush nas
entrevistas do final de semana.
"Desde aquele dia sombrio em
setembro, buscamos nossos aliados e conseguimos reunir um esforço global e urgente para assegurar que as armas e os materiais
nucleares estão protegidos? Tomamos as medidas que devíamos
para interromper os programas
nucleares do Irã e da Coréia do
Norte? Reestruturamos nossas
agências de inteligência e lhe demos os recursos de que precisam
para manter nosso país seguro?",
disse Kerry a jornalistas em Boston. "Discursos não são o suficiente. Os EUA só vão se tornar
mais seguros depois que obtivermos resultados."
Bush anunciou um quadro distinto. "Porque os EUA agiram e
porque os EUA tomaram a dianteira, as forças do terror e da tirania sofreram derrota após derrota, e os EUA e o mundo estão mais
seguros", disse aos funcionários
do Laboratório Nacional de Oak
Ridge, no qual estão guardadas
peças do antigo programa nuclear
da Líbia.
Olhando os componentes de
uma centrífuga, disse que a decisão de Trípoli de desmontar seu
programa era uma "prova animadora de que os países podem
abandonar esse tipo de ambição e
optar por um caminho melhor".
Com agências internacionais e "The New
York Times"
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