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ITÁLIA
Democrata-cristãos querem menos reformas liberalizantes
Governo Berlusconi entra no 2º dia de impasse e ameaça desabar
DA REDAÇÃO
A coalizão que apóia o premiê
da Itália, Silvio Berlusconi, teve
ontem o segundo dia de negociações sobre o futuro do governo,
que corre o risco de desabar por
falta de apoio.
Aliados de direita de Berlusconi
disseram, antes do início da reunião, ter certeza de que o governo
de Berlusconi conseguiria sair da
pior crise de seus três anos de
existência, apesar da piora das relações do premiê com seus aliados
de centro.
Uma primeira reunião, que durou quatro horas e acabou na madrugada de ontem, não resultou
em acordo. Segundo relatos não
confirmados de participantes da
reunião, houve uma ríspida discussão entre Berlusconi e o líder
da União Democrata Cristã, Marco Follini.
"É tudo culpa sua", disse Berlusconi a Follini anteontem, segundo
pessoas que participaram da reunião, aludindo ao fato de o governo quase ter entrado em colapso
por conta da disputa em torno da
atual política econômica, da distribuição de poder dentro da coalizão e de uma reforma constitucional.
O partido de Berlusconi, Força
Itália, sofreu duas claras derrotas
eleitorais recentemente, enquanto os democrata-cristãos não foram tão punidos pelos eleitores.
Assim, eles querem que as políticas liberalizantes do atual governo sejam abrandadas em benefício de um maior assistencialismo.
Apesar do otimismo de alguns
representantes da cúpula da Força Itália, Follini permaneceu em
silêncio ontem, parecendo estar
determinado a pressionar o premiê a fazer concessões. No último
final de semana, Follini enviou
uma carta a Berlusconi para expor suas condições para manter
seu partido no governo.
Suas exigências atingem o coração do governo e dos programas
governamentais, já que incluem
uma atenuação do plano de redução de impostos proposto por
Berlusconi e uma ameaça à Liga
Norte, que quer uma maior descentralização administrativa. Esta
daria bem mais força à regiões em
detrimento do poder central.
Os democrata-cristãos, que são
mais centralizadores, exigem que
esse projeto seja abandonado para ficar no poder.
Com agências internacionais
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