São Paulo, terça-feira, 13 de julho de 2004

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ITÁLIA

Democrata-cristãos querem menos reformas liberalizantes

Governo Berlusconi entra no 2º dia de impasse e ameaça desabar

DA REDAÇÃO

A coalizão que apóia o premiê da Itália, Silvio Berlusconi, teve ontem o segundo dia de negociações sobre o futuro do governo, que corre o risco de desabar por falta de apoio.
Aliados de direita de Berlusconi disseram, antes do início da reunião, ter certeza de que o governo de Berlusconi conseguiria sair da pior crise de seus três anos de existência, apesar da piora das relações do premiê com seus aliados de centro.
Uma primeira reunião, que durou quatro horas e acabou na madrugada de ontem, não resultou em acordo. Segundo relatos não confirmados de participantes da reunião, houve uma ríspida discussão entre Berlusconi e o líder da União Democrata Cristã, Marco Follini.
"É tudo culpa sua", disse Berlusconi a Follini anteontem, segundo pessoas que participaram da reunião, aludindo ao fato de o governo quase ter entrado em colapso por conta da disputa em torno da atual política econômica, da distribuição de poder dentro da coalizão e de uma reforma constitucional.
O partido de Berlusconi, Força Itália, sofreu duas claras derrotas eleitorais recentemente, enquanto os democrata-cristãos não foram tão punidos pelos eleitores. Assim, eles querem que as políticas liberalizantes do atual governo sejam abrandadas em benefício de um maior assistencialismo.
Apesar do otimismo de alguns representantes da cúpula da Força Itália, Follini permaneceu em silêncio ontem, parecendo estar determinado a pressionar o premiê a fazer concessões. No último final de semana, Follini enviou uma carta a Berlusconi para expor suas condições para manter seu partido no governo.
Suas exigências atingem o coração do governo e dos programas governamentais, já que incluem uma atenuação do plano de redução de impostos proposto por Berlusconi e uma ameaça à Liga Norte, que quer uma maior descentralização administrativa. Esta daria bem mais força à regiões em detrimento do poder central.
Os democrata-cristãos, que são mais centralizadores, exigem que esse projeto seja abandonado para ficar no poder.


Com agências internacionais


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