São Paulo, segunda-feira, 13 de julho de 2009

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Netanyahu propõe "diálogo já" a palestinos

ANP, porém, afirma que não há o que conversar enquanto Israel não congelar os assentamentos judeus na Cisjordânia

Chefe de diplomacia da UE sugere cronograma para a criação de Estado palestino; Israel refuta a proposta, que classifica como "perigosa"

DA REDAÇÃO

O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, fez ontem convite público ao presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, para que ambos começassem a discutir imediatamente o processo de paz na região.
O líder palestino, no entanto, recusou a oferta, exigindo antes a total paralisação do avanço dos assentamentos judeus na Cisjordânia, hoje um dos principais entraves nas negociações entre árabes e israelenses.
O governo americano vem insistindo no mesmo pedido a Netanyahu, que se nega a acatá-lo, sob o argumento de que não pode inibir o "crescimento natural" dos assentamentos. Ele afirma já ter feito um "gesto unilateral" à ANP ao retirar postos militares na região para ajudar na recuperação da economia palestina. Os palestinos, porém, permanecem céticos e dizem que os gestos israelenses não são suficientes para recuperar uma economia derrubada por anos de conflito.
"Não há nenhuma razão para o líder da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, e eu não nos encontrarmos em algum lugar deste país para avançarmos no processo político", disse ontem Netanyahu.
As negociações para a paz estão travadas desde a posse, em março, do premiê israelense, que relutava em aceitar o conceito de uma solução de dois Estados. Em um discurso no mês passado, porém, ele expôs sua ideia para chegar à paz na região, que passa por um Estado palestino soberano, mas desmilitarizado. As condições que ele impôs ao processo de paz, porém, foram rejeitadas pelas autoridades palestinas.

União Europeia
Para Javier Solana, chefe de diplomacia da UE (União Europeia), o mundo deve reconhecer um Estado palestino mesmo que israelenses e palestinos não entrem em acordo. Segundo a Reuters, Solana sugeriu, no último sábado, a imposição de um calendário para a criação do país e sua entrada na ONU.
"Se as partes não são capazes de cumprir [o calendário], uma solução apoiada pela comunidade internacional deveria ser colocada na mesa", disse. Fariam parte dessa medida a resolução dos problemas de fronteira, de refugiados e de segurança, além da disputa pelo controle de Jerusalém.
A UE faz parte do quarteto que negocia a paz no Oriente Médio. Os outros membros são os EUA, a Rússia e a ONU.
Solana já havia incomodado israelenses ao se encontrar, no mês passado, com Hussein Hajj Hassan, parlamentar libanês e membro do Hizbollah -organização que, além de ser considerada terrorista por Israel, é financiada pelo governo do Irã.
Israel reagiu à declaração do diplomata da UE dizendo que criar um cronograma para o estabelecimento de um Estado Palestino é uma medida "perigosa". O ministro das Relações Exteriores do país, Avigdor Liberman, citou resoluções da ONU e acordos entre árabes e israelenses, enfatizando que o conflito só poderá ser solucionado por meio das negociações entre os dois lados envolvidos.


Com agências internacionais


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