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Netanyahu propõe "diálogo já" a palestinos
ANP, porém, afirma que não há o que conversar enquanto Israel não congelar os assentamentos judeus na Cisjordânia
Chefe de diplomacia da UE sugere cronograma para a criação de Estado palestino; Israel refuta a proposta, que classifica como "perigosa"
DA REDAÇÃO
O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, fez ontem
convite público ao presidente
da ANP (Autoridade Nacional
Palestina), Mahmoud Abbas,
para que ambos começassem a
discutir imediatamente o processo de paz na região.
O líder palestino, no entanto,
recusou a oferta, exigindo antes
a total paralisação do avanço
dos assentamentos judeus na
Cisjordânia, hoje um dos principais entraves nas negociações
entre árabes e israelenses.
O governo americano vem
insistindo no mesmo pedido a
Netanyahu, que se nega a acatá-lo, sob o argumento de que não
pode inibir o "crescimento natural" dos assentamentos. Ele
afirma já ter feito um "gesto
unilateral" à ANP ao retirar
postos militares na região para
ajudar na recuperação da economia palestina. Os palestinos,
porém, permanecem céticos e
dizem que os gestos israelenses
não são suficientes para recuperar uma economia derrubada por anos de conflito.
"Não há nenhuma razão para
o líder da Autoridade Nacional
Palestina, Mahmoud Abbas, e
eu não nos encontrarmos em
algum lugar deste país para
avançarmos no processo político", disse ontem Netanyahu.
As negociações para a paz estão travadas desde a posse, em
março, do premiê israelense,
que relutava em aceitar o conceito de uma solução de dois
Estados. Em um discurso no
mês passado, porém, ele expôs
sua ideia para chegar à paz na
região, que passa por um Estado palestino soberano, mas
desmilitarizado. As condições
que ele impôs ao processo de
paz, porém, foram rejeitadas
pelas autoridades palestinas.
União Europeia
Para Javier Solana, chefe de
diplomacia da UE (União Europeia), o mundo deve reconhecer um Estado palestino mesmo que israelenses e palestinos
não entrem em acordo. Segundo a Reuters, Solana sugeriu, no
último sábado, a imposição de
um calendário para a criação do
país e sua entrada na ONU.
"Se as partes não são capazes
de cumprir [o calendário], uma
solução apoiada pela comunidade internacional deveria ser
colocada na mesa", disse. Fariam parte dessa medida a resolução dos problemas de fronteira, de refugiados e de segurança, além da disputa pelo controle de Jerusalém.
A UE faz parte do quarteto
que negocia a paz no Oriente
Médio. Os outros membros são
os EUA, a Rússia e a ONU.
Solana já havia incomodado
israelenses ao se encontrar, no
mês passado, com Hussein Hajj
Hassan, parlamentar libanês e
membro do Hizbollah -organização que, além de ser considerada terrorista por Israel, é
financiada pelo governo do Irã.
Israel reagiu à declaração do
diplomata da UE dizendo que
criar um cronograma para o estabelecimento de um Estado
Palestino é uma medida "perigosa". O ministro das Relações
Exteriores do país, Avigdor Liberman, citou resoluções da
ONU e acordos entre árabes e
israelenses, enfatizando que o
conflito só poderá ser solucionado por meio das negociações
entre os dois lados envolvidos.
Com agências internacionais
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