|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sarkozy rebate críticas e apoia ministro
Em entrevista, presidente francês sugere que denúncias de corrupção contra o governo buscam frear reformas
Mandatário e titular do Trabalho são acusados de receber doações ilegais da herdeira
do grupo L"Oréal
ANA CAROLINA DANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, tentou reconquistar a confiança dos franceses e dissipar as suspeitas
que recaem há um mês sobre
a alta cúpula do poder.
Numa entrevista de uma
hora ao canal France 2, Sarkozy rebateu as acusações de
financiamento ilegal de sua
campanha e voltou a defender o ministro do Trabalho,
Eric Woerth, suspeito de tráfico de influências e de encobrir um esquema de evasão
fiscal envolvendo Liliane
Bettencourt, herdeira do grupo empresarial L"Oréal.
Nos jardins do Palácio do
Eliseu, Sarkozy classificou de
"mentira" e "perda de tempo" as acusações a Woerth e
insinuou a existência de um
complô para dificultar a polêmica reforma previdenciária defendida pelo governo.
"Eric Woerth é um homem
honesto e competente, que
tem toda minha confiança."
O escândalo ganhou proporções maiores na semana
passada, quando a ex-contadora da herdeira da L'Oréal
acusou Woerth, também tesoureiro do partido do governo (UMP), de ter recebido,
em 2007, 150 mil em doação ilegal para a campanha
do presidente.
Ela também disse que Sarkozy recebia envelopes com
dinheiro do casal Bettencourt quando era prefeito do
município de Neuilly-sur-Seine, entre 1983 e 2002.
"Vocês imaginam que eu
iria a um jantar com outros
convidados e sairia levando
dinheiro? Há que se retomar
a razão", ele afirmou.
Apesar de defender
Woerth, o presidente disse
tê-lo aconselhado a deixar a
tesouraria do UMP para se
dedicar à reforma previdenciária, que será apresentada
ao Conselho de Ministros hoje e prevê aumentar de 60 para 62 anos a idade mínima
para a aposentadoria.
CRÍTICAS
A oposição criticou o pronunciamento de Sarkozy. O
Partido Socialista informou
que o presidente é o principal
obstáculo para que se descubra a verdade por trás do caso Bettencourt.
Com o pior índice de popularidade desde o início de seu
mandato -30%, segundo
pesquisa publicada no último domingo-, Sarkozy atravessa uma das piores crises
políticas desde que tomou
posse, em 2007.
O escândalo das doações e
as recentes revelações de
gastos abusivos de membros
do governo comprometem a
credibilidade do presidente
num momento em que ele
apresenta medidas de austeridade fiscal.
Sarkozy anunciou que
promoverá uma reforma ministerial em outubro.
Texto Anterior: Foco: YMCA reduz nome para apenas uma letra, depois de 166 anos de existência Próximo Texto: Colômbia: Betancourt recua de pedido de reparação milionária ao Estado Índice
|