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MULTIMÍDIA
The Washington Post - de Washington
"Post" admite falha na cobertura anterior à Guerra do Iraque
EUA - O jornal "The Washington
Post" publicou ontem um mea-culpa em que critica a sua própria
cobertura durante o período que
antecedeu a Guerra do Iraque,
quando o governo dos EUA utilizou as supostas as armas de destruição em massa iraquianas e as
possíveis conexões do então ditador Saddam Hussein com o terrorismo como justificativas para invadir aquele país.
De acordo com o texto, assinado pelo jornalista Howard Kurtz,
apesar de repórteres do jornal à
época terem produzido matérias
questionando a ocupação americana e se o presidente dos EUA,
George W. Bush, teria de fato provas de que Saddam possuía armas
proibidas, os editores não deram
o devido destaque a esses textos.
As reportagens, disse Kurtz, ficaram relegadas às páginas internas
-poucas tiveram aproveitamento na primeira página.
"Nós fizemos o nosso trabalho,
mas não fizemos o suficiente, e eu
me culpo por não ter pressionado
mais fortemente", declarou o jornalista Bob Woodward, diretor-assistente de Redação do "Washington Post".
"Nós devíamos ter alertado os
leitores de que tínhamos informações cujas bases eram questionáveis. [...] Era exatamente o tipo de
declaração que deveria ter sido
publicada na primeira página",
afirmou Woodward.
"Nós estávamos tão focados em
saber o que o governo estava fazendo que não demos a mesma
atenção a quem disse que não era
uma boa idéia ir à guerra. Foi um
erro meu", afirmou o editor-executivo Leonard Downie Jr. "As
vozes que levantavam questões
sobre a guerra eram solitárias. E
nós não prestamos atenção suficiente às minorias."
Uma avaliação da cobertura feita pelo jornal e entrevistas com
editores e repórteres envolvidos
mostra que o "Washington Post"
publicou diversos artigos desafiando a Casa Branca, mas raramente com chamada na sua primeira página. Jornalistas que pediam mais destaque às suas matérias disseram que os editores não
se mostravam entusiasmados
com os temas.
Segundo o editorial, de agosto
de 2002 a 19 de março de 2003,
quando a guerra começou, o jornal publicou com chamada na
primeira página mais de 140 reportagens com foco na retórica da
gestão Bush contra o Iraque, sem
questioná-las.
Enquanto a violência continua
no pós-guerra e as supostas armas
não foram achadas, a mídia recebe críticas por não ter sido mais
cética em relação a Bush.
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