DA REDAÇÃO

Uma grande explosão foi registrada na Coréia do Norte na semana passada, mas autoridades da Coréia do Sul e dos EUA disseram ontem que é improvável que os norte-coreanos tenham realizado um teste nuclear, apesar da aparência "característica" da nuvem que se formou.
Inicialmente, a Coréia do Sul obteve indicações de que ocorreu uma explosão por imagens de satélite, mas não foi possível determinar se se tratava de uma bomba, disse um funcionário do governo de Seul. A explosão provavelmente ocorreu entre a noite de quarta-feira e a manhã de quinta.
O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, disse não haver indicações de que se tratava de um "evento nuclear". "O que era exatamente nós não sabemos", afirmou. Questionado pela rede de TV ABC se a Coréia do Norte havia testado um artefato nuclear, Powell respondeu: "Não".
"Até aqui, não achamos que tenha sido um evento nuclear. Mas estamos investigando e vamos aprofundar nossa análise", disse Condoleezza Rice, conselheira de Segurança Nacional do presidente George W. Bush.
Especula-se que a Coréia do Norte esteja desenvolvendo armas nucleares. Washington afirma que o país pode já possuir artefatos. Em outubro de 2002, os EUA disseram que autoridades norte-coreanas admitiram desenvolver um programa de enriquecimento de urânio que poderia ser utilizado para a construção de armas nucleares, o que violaria compromissos internacionais assumidos por Pyongyang.
A Agência de notícias sul-coreana Yonhap disse que uma nuvem em forma de cogumelo de até 4 km de diâmetro foi vista depois da explosão em uma área próxima à base de mísseis de Yongjori, na Província de Ryanggang. Segundo a Yonhap, a explosão foi ainda mais forte do que a registrada em abril, quando um acidente ferroviário matou pelos menos 170 pessoas na Coréia do Norte.
O jornal "The New York Times" afirmou ontem que a administração Bush recebeu relatórios de inteligência informando que alguns especialistas consideram que a Coréia do Norte está se preparando para realizar um teste nuclear.
A notícia da explosão vem quando a Coréia do Sul, o Japão, a China, a Rússia e os EUA tentam persuadir a Coréia do Norte a retomar as conversações sobre seu programa nuclear.

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