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Fest, biógrafo de Hitler, morre aos 79 anos
Obra do historiador inspirou o filme "A Queda!'; autor colaborou para memórias do arquiteto do regime
DA REDAÇÃO
O jornalista e historiador alemão Joachim Fest, autor de
uma das melhores biografias de
Adolf Hitler, morreu na última
segunda-feira, aos 79 anos. O
diário "Frankfurter Allgemeine", onde Fest escreveu por 20
anos, até 1993, divulgou a notícia ontem. Ele estava em sua
casa em Kronberg, e a causa da
morte não foi revelada.
Seu livro "No Bunker de Hitler", que conta os últimos dias
do regime, serviu de base para o
roteiro do filme alemão "A
Queda!", de 2004.
A biografia "Hitler", publicada em 1973, é considerada uma
das melhores sobre o ditador.
Ambos foram lançados no Brasil. O escritor conseguiu ter
acesso ao círculo mais próximo
de Hitler por meio de Albert
Speer, arquiteto favorito do ditador e seu ministro responsável pelo armamento.
Speer foi condenado a 20
anos de prisão pelo tribunal de
Nuremberg por crimes de guerra. Ao sair da prisão, em 1966,
Fest editou a autobiografia do
arquiteto, "Por dentro do Terceiro Reich".
As memórias de Fest serão
lançadas na semana que vem
na Alemanha. Em um trecho
antecipado pelo "Frankfurter
Allgemeine", ele fala da reação
do pai ao saber que o filho foi
voluntário nas Forças Armadas, em 1944, para evitar a convocação pela SS nazista. Em
uma carta, seu pai lhe diz que
"ninguém pode ser voluntário
da guerra criminosa de Hitler,
nem mesmo para evitar a SS
[tropa de elite nazista]".
Nascido em Berlim em 1926,
Fest era filho de um professor
católico que perdeu seu emprego e preferiu passar fome a parar de fazer oposição ao regime
nazista. Fest foi capturado e virou prisioneiro de guerra dos
americanos. Depois da guerra,
ele trabalhou em jornais, rádio
e televisão.
Recentemente, Fest atacou o
escritor Günter Grass, prêmio
Nobel de Literatura, que admitiu ter participado da SS.
Fest disse que Grass tinha
perdido sua credibilidade como
uma autoridade moral na Alemanha. "Não compraria um
carro usado de Grass."
O escritor retrucou que "Fest
comprou um carro usado de
Speer". Para alguns historiadores alemães, a biografia de
Speer editada por Fest teria
tentado limpar a imagem de
um dos responsáveis pelo funcionamento do regime nazista.
Com agências internacionais
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