São Paulo, segunda-feira, 13 de setembro de 2010

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Imprensa britânica paga para publicar escândalos sexuais

Diários de maior circulação do Reino Unido revezam traições e orgias de celebridades em suas manchetes

Publicações não só não escondem a procura por casos "quentes" como pagam, e muito bem, a quem quiser delatá-los

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

Com frequência aparecem pesquisas que afirmam que os ingleses não estão entre os povos que mais gostam de fazer sexo: eles preferem assistir a uma partida de futebol; elas, um bom chocolate.
Se o ato é deixado de lado, uma coisa os ingleses não dispensam: ler sobre a vida sexual dos outros.
Traições, prostituição, orgias e afins de celebridades fazem as manchetes dos tabloides, os jornais com maior circulação no Reino Unido.
Mas mesmo os jornais de qualidade, como "The Guardian", "Times", "Daily Telegraph" e "Independent", não conseguem fugir do assunto. A bola da vez é Wayne Rooney, 24, atacante do Manchester United e da seleção.
No último domingo, o "News of the World" (jornal dominical mais lido, com 2,9 milhões de cópias vendidas) e o "Sunday Mirror" (terceira maior circulação aos domingos, com 1,1 milhão de exemplares) trouxeram como assunto de capa a história da prostituta de 21 anos que afirma ter transado sete vezes com o jogador enquanto a mulher dele estava grávida.
Cada encontro teria custado a bagatela de 1.200 libras (cerca de R$ 3.000).
Não faltam detalhes: a moça diz que o jogador não tem criatividade na cama; que é tímido; que tenta, mas não consegue falar "coisas sujas" na hora da transa; e que tudo foi muito, muito rápido quando chamaram uma amiga para um "ménage à trois".
As histórias se arrastam por dias, semanas, até que apareça um novo escândalo.
Só na área esportiva, antes de Rooney foi Peter Crouch, o grandalhão desengonçado da seleção inglesa que foi flagrado traindo a ex-namorada, que estaria grávida. Antes, Ashley Cole, John Terry...
Os jornais não escondem que estão em busca de escapadelas de famosos.
Ao contrário. O "News of the World", por exemplo, deixa claro em seu site que paga, e muito bem, a quem quiser vender uma boa história de uma celebridade.
O "Sunday Mirror" até coloca à disposição dos "vendedores de escândalo" um número de telefone para ligação gratuita.


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