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ORIENTE MÉDIO
Governo norte-americano diz que incidente no Iêmen deve ter sido ato terrorista; autoridades iemenitas negam
Explosão em destróier dos EUA mata 5
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Uma explosão em um destróier
da Marinha dos EUA que estava
atracado no porto de Áden, no Iêmen, deixou pelo menos cinco
marinheiros mortos, 36 feridos e
12 desaparecidos.
O governo dos EUA acredita
que a explosão tenha sido causada
por um ato terrorista, em meio à
crescente tensão no Oriente Médio. As autoridades iemenitas
descartaram essa possibilidade.
Nenhum grupo terrorista assumiu a autoria do atentado.
Segundo as autoridades dos
EUA, a explosão que atingiu o navio USS Cole -um dos mais
avançados navios de guerra do
mundo- poderia ter sido causada por terroristas suicidas. Eles teriam usado um pequeno bote carregado de explosivos, que ajudava
o destróier a atracar no porto.
Testemunhas viram dois homens em um pequeno barco que
se aproximou do USS Cole antes
da explosão.
"Temos todos os motivos para
acreditar que foi um ataque terrorista e nenhuma razão para suspeitar que não tenha sido", disse
Bryan Whitman, do Departamento de Defesa dos EUA.
Além dos cinco mortos, 12 pessoas ainda estão desaparecidas
por causa da explosão, e cerca de
30 ficaram feridas, cinco delas
gravemente. O comandante Daren Pelkie disse que a embarcação
contava com uma tripulação de
350 pessoas e que "a inundação
está controlada e não houve sinais
de fogo". A explosão deixou um
buraco de 5 m por 10 m no casco
do navio.
Oficiais da Marinha dos EUA
disseram que o USS Cole estava
passando pelo Iêmen -vinha do
mar Vermelho e ia para o golfo
Pérsico- e que parou em Áden
para abastecer. O navio deveria ficar no porto somente por quatro
horas.
"Quanto mais investigamos,
mais isso se parece com um atentado terrorista", disse um oficial
dos EUA.
A explosão ocorreu em um momento delicado nas relações entre
os EUA e os países árabes em razão dos conflitos entre palestinos
e israelenses. Alguns países árabes
condenaram o apoio dado pelos
EUA a Israel durante as últimas
semanas de choques na região.
Ontem, o Iêmen declarou formalmente seu apoio aos palestinos.
O presidente iemenita, Ali Abdullah Saleh, descartou que um
ato terrorista tenha causado o acidente com o USS Cole. Em entrevista à TV CNN, ele insistiu que
seu país não dava abrigo para
"elementos terroristas".
Saleh foi visitar os feridos no
hospital e ofereceu seus pêsames
ao presidente dos EUA, Bill Clinton, e "ao amigável povo norte-americano". Ele disse inicialmente à TV estatal iemenita não acreditar que a explosão tenha sido
causada por um ato deliberado,
mas afirmou que "caso se prove
que foi um ato provocado, seus
autores deverão responder por
sua ação".
A TV local informou que Saleh
ligou para a secretária de Estado
dos EUA, Madeleine Albright, e
disse-lhe que formaria uma comissão com oficiais dos EUA e do
Iêmen para investigar o caso.
Reações dos EUA
Albright havia afirmado horas
antes da ligação de Saleh que, caso
fosse provado que a explosão tenha sido causada por um ato terrorista, os EUA iriam utilizar-se
das "medidas apropriadas contra
aqueles que cometeram o ato".
A secretária de Estado disse que
os EUA são "uma águia" e não
"um avestruz" que esconde a cabeça na terra quando tem sua segurança ameaçada.
"Se, como parece, isso foi um
ato de terrorismo, foi um ato desprezível e covarde", declarou o
presidente Clinton. "Nós encontraremos os responsáveis e os faremos responder por isso. Se a intenção de quem cometeu isso foi
tentar deter nossa intenção de
promover a paz no Oriente Médio, eles definitivamente falharam."
A secretária de Justiça dos EUA,
Janet Reno, anunciou ontem o
envio de especialistas do FBI (polícia federal norte-americana) para Sanaa (capital do Iêmen).
"O FBI está trabalhando com o
Departamento de Defesa e outras
agências governamentais para investigar o incidente. O FBI já enviou seus especialistas ao local",
declarou Reno.
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