São Paulo, domingo, 13 de novembro de 2005

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DINHEIRO

Mandelson e Amorim encontraram-se em Roma

UE e Brasil dissolvem azedume, mas não há acordo a curto prazo

CLÓVIS ROSSI
Colunista da Folha

O ministro brasileiro de Relações Exteriores, Celso Amorim, e o comissário europeu do Comércio, Peter Mandelson, dissolveram ontem, em reunião em Roma, o azedume que nascera das posição conflitantes de ambos nas negociações comerciais globais, mas não acertaram mudança alguma que permita antever um entendimento a curto prazo.
"Foi uma conversa muito boa, muito ampla, muita sincera, mas ninguém mudou de posição", resumiu Amorim à Folha já no aeroporto de Roma, prestes a embarcar de regresso ao Brasil.
A rigor, nem era para ser um encontro destinado a negociar qualquer coisa porque a negociação, como diz o ministro brasileiro, não pode ser apenas os dois, "por várias razões, a principal das quais é a de que, só entre os dois, não fecha". Nenhuma negociação internacional fecha, aliás, sem que os Estados Unidos estejam à mesa, como é óbvio.
Mandelson ainda chegou a apresentar alguns números para tentar demonstrar os efeitos práticos da proposta européia de cortar suas tarifas de importação de produtos agrícolas (para os europeus, o corte seria de 46%, mas o Itamaraty calcula que não vá além de 39%, quando no mínimo o Brasil pede 54%). O Brasil também mostrou números que provam reduzido efeito prático.
No que as duas partes estiveram de acordo, segundo Amorim, é em definir que a Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio em dezembro será uma etapa, não um marco decisório da Rodada Doha, lançada em 2001 na capital do Qatar.


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