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DINHEIRO
Mandelson e Amorim encontraram-se em Roma
UE e Brasil dissolvem azedume, mas não há acordo a curto prazo
CLÓVIS ROSSI
Colunista da Folha
O ministro brasileiro de Relações Exteriores, Celso Amorim, e
o comissário europeu do Comércio, Peter Mandelson, dissolveram ontem, em reunião em Roma, o azedume que nascera das
posição conflitantes de ambos nas
negociações comerciais globais,
mas não acertaram mudança alguma que permita antever um entendimento a curto prazo.
"Foi uma conversa muito boa,
muito ampla, muita sincera, mas
ninguém mudou de posição", resumiu Amorim à Folha já no aeroporto de Roma, prestes a embarcar de regresso ao Brasil.
A rigor, nem era para ser um encontro destinado a negociar qualquer coisa porque a negociação,
como diz o ministro brasileiro,
não pode ser apenas os dois, "por
várias razões, a principal das
quais é a de que, só entre os dois,
não fecha". Nenhuma negociação
internacional fecha, aliás, sem que
os Estados Unidos estejam à mesa, como é óbvio.
Mandelson ainda chegou a
apresentar alguns números para
tentar demonstrar os efeitos práticos da proposta européia de cortar suas tarifas de importação de
produtos agrícolas (para os europeus, o corte seria de 46%, mas o
Itamaraty calcula que não vá além
de 39%, quando no mínimo o
Brasil pede 54%). O Brasil também mostrou números que provam reduzido efeito prático.
No que as duas partes estiveram
de acordo, segundo Amorim, é
em definir que a Conferência Ministerial da Organização Mundial
do Comércio em dezembro será
uma etapa, não um marco decisório da Rodada Doha, lançada em
2001 na capital do Qatar.
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