São Paulo, terça-feira, 13 de novembro de 2007

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Governo espanhol pede calma à oposição sobre bate-boca

DA REDAÇÃO

Enquanto o governo espanhol tentava ontem pôr panos quentes na discussão travada no fim de semana entre o rei do país, Juan Carlos, e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, o partido oposicionista PP exigia medidas contra Caracas.
O ministro do Interior da Espanha, Alfredo Pérez Rubalca, declarou que o entrevero entre o monarca e o presidente não deve afetar as relações entre a Espanha e a Venezuela. Rubalca lembrou, porém, que o venezuelano deve "respeitar" o rei e o povo espanhóis.
Tudo começou no sábado, quando, durante o encerramento da 17ª Cúpula Ibero-Americana, em Santiago (Chile), Chávez acusou o ex-premiê espanhol José María Aznar, do conservador PP, de fascista.
O atual premiê e sucessor de Aznar, o socialista José Luis Rodríguez Zapatero, interveio, pedindo respeito a um líder que havia sido eleito democraticamente. Mas Chávez seguiu atacando Aznar. Foi quando o rei da Espanha, Juan Carlos, que estava ao lado de Zapatero, perguntou a Chávez, alto, "Por que não te calas?".
O venezuelano retomou a discussão no dia seguinte, acusando o rei de saber previamente da tentativa de golpe na Venezuela em 2002, que, frustrada, deixou Chávez dois dias fora do poder.
Angel Acebes, secretário-geral do PP, diz o "El País", pediu ontem que o governo espanhol chamasse o embaixador do país na Venezuela "para consultas", em vista dos "insultos e acusações" que o presidente venezuelano fez aos espanhóis.
O secretário do PP queria ainda que fosse convocado ao Congresso o chanceler espanhol, Miguel Ángel Moratinos, para explicar "como o governo organizou essa cúpula, que virou um circo antiespanhol".
A secretária de Estado da Espanha para a Ibero-América, Trinidad Jiménez, descartou chamar o embaixador em Caracas e disse que o governo estava se empenhando em resolver o "incidente" no Chile. Ela também pediu calma e "senso de responsabilidade" ao PP.
Apesar de estar cumprindo seu papel de oposição, o PP tinha como subsídio a sua crítica ao governo o fato não só de Chávez haver discutido com o rei Juan Carlos, mas da investida do venezuelano e seu colega argentino, Néstor Kirchner, contra empresários espanhóis.
O presidente da Venezuela acusou também o sindicato patronal CEOE de apoiar o golpe frustrado de 2002, afirma o "El País". Segundo o jornal, o presidente da associação empresarial espanhola, Gerardo Díaz Ferran, havia manifestado na semana passada preocupação quanto à insegurança jurídica que vive a Venezuela.
O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, afirmou, diz o "El País", que "os empresários espanhóis me ferravam de todos os lados".


Com agências internacionais

Veja o vídeo do bate-boca no YouTube


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