|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo espanhol pede calma à oposição sobre bate-boca
DA REDAÇÃO
Enquanto o governo espanhol tentava ontem pôr panos
quentes na discussão travada
no fim de semana entre o rei do
país, Juan Carlos, e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez,
o partido oposicionista PP exigia medidas contra Caracas.
O ministro do Interior da Espanha, Alfredo Pérez Rubalca,
declarou que o entrevero entre
o monarca e o presidente não
deve afetar as relações entre a
Espanha e a Venezuela. Rubalca lembrou, porém, que o venezuelano deve "respeitar" o rei e
o povo espanhóis.
Tudo começou no sábado,
quando, durante o encerramento da 17ª Cúpula Ibero-Americana, em Santiago (Chile), Chávez acusou o ex-premiê
espanhol José María Aznar, do
conservador PP, de fascista.
O atual premiê e sucessor de
Aznar, o socialista José Luis
Rodríguez Zapatero, interveio,
pedindo respeito a um líder que
havia sido eleito democraticamente. Mas Chávez seguiu atacando Aznar. Foi quando o rei
da Espanha, Juan Carlos, que
estava ao lado de Zapatero, perguntou a Chávez, alto, "Por que
não te calas?".
O venezuelano retomou a
discussão no dia seguinte, acusando o rei de saber previamente da tentativa de golpe na
Venezuela em 2002, que, frustrada, deixou Chávez dois dias
fora do poder.
Angel Acebes, secretário-geral do PP, diz o "El País", pediu
ontem que o governo espanhol
chamasse o embaixador do país
na Venezuela "para consultas",
em vista dos "insultos e acusações" que o presidente venezuelano fez aos espanhóis.
O secretário do PP queria
ainda que fosse convocado ao
Congresso o chanceler espanhol, Miguel Ángel Moratinos,
para explicar "como o governo
organizou essa cúpula, que virou um circo antiespanhol".
A secretária de Estado da Espanha para a Ibero-América,
Trinidad Jiménez, descartou
chamar o embaixador em Caracas e disse que o governo estava
se empenhando em resolver o
"incidente" no Chile. Ela também pediu calma e "senso de
responsabilidade" ao PP.
Apesar de estar cumprindo
seu papel de oposição, o PP tinha como subsídio a sua crítica
ao governo o fato não só de
Chávez haver discutido com o
rei Juan Carlos, mas da investida do venezuelano e seu colega
argentino, Néstor Kirchner,
contra empresários espanhóis.
O presidente da Venezuela
acusou também o sindicato patronal CEOE de apoiar o golpe
frustrado de 2002, afirma o "El
País". Segundo o jornal, o presidente da associação empresarial espanhola, Gerardo Díaz
Ferran, havia manifestado na
semana passada preocupação
quanto à insegurança jurídica
que vive a Venezuela.
O presidente da Argentina,
Néstor Kirchner, afirmou, diz o
"El País", que "os empresários
espanhóis me ferravam de todos os lados".
Com agências internacionais
Veja o vídeo do bate-boca no YouTube
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Repercussão: Alencar evoca "humildade" ao comentar caso Índice
|