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Argélia aprova fim de limite à reeleição presidencial
DA ASSOCIATED PRESS
O Parlamento argelino, dominado por forças governistas,
aprovou ontem uma reforma
constitucional que, entre outras mudanças, suprime a limitação de mandatos presidenciais. A decisão abre caminho
para que o presidente Abdelaziz Bouteflika concorra a um
terceiro mandato consecutivo
nas eleições do ano que vem.
As emendas constitucionais
aprovadas também reforçam
os poderes do presidente em
detrimento do premiê.
Em voto por aclamação, 500
membros das duas câmaras do
Parlamento votaram a favor da
reforma, enquanto 21 foram
contra e oito se abstiveram.
A oposição afirmou que a decisão fere os princípios democráticos e visa a manutenção no
poder da elite política e militar
que domina a Argélia, um dos
maiores exportadores de gás do
mundo e um dos países mais ricos da África.
O oposicionista Said Saadi
disse que a decisão deveria ter
sido objeto de referendo e acusou o governo de praticar um
"golpe de Estado dissimulado".
Analistas afirmam que, para
facilitar a aprovação da renovação ilimitada dos mandatos
presidenciais, o governo central aumentou recentemente o
salário dos parlamentares.
Embora não tenha mencionado abertamente a sua candidatura, é dado como certo que
Bouteflika, 71, concorrerá às
eleições presidenciais de abril.
Ele chegou ao poder em 1999 e
foi reeleito cinco anos depois.
Seus partidários sustentam
que o presidente foi o grande
responsável pela estabilização
do país após a sangrenta década
de 90, quando uma guerra suja
entre terroristas islâmicos e o
Exército deixou 200 mil mortos. Para curar as feridas do
conflito, Bouteflika lançou uma
campanha de reconciliação nacional, que culminou com o indulto de militantes radicais em
2005. Há um ano, o país voltou
a sofrer ataques terroristas.
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