São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 2008

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Argélia aprova fim de limite à reeleição presidencial

DA ASSOCIATED PRESS

O Parlamento argelino, dominado por forças governistas, aprovou ontem uma reforma constitucional que, entre outras mudanças, suprime a limitação de mandatos presidenciais. A decisão abre caminho para que o presidente Abdelaziz Bouteflika concorra a um terceiro mandato consecutivo nas eleições do ano que vem.
As emendas constitucionais aprovadas também reforçam os poderes do presidente em detrimento do premiê.
Em voto por aclamação, 500 membros das duas câmaras do Parlamento votaram a favor da reforma, enquanto 21 foram contra e oito se abstiveram.
A oposição afirmou que a decisão fere os princípios democráticos e visa a manutenção no poder da elite política e militar que domina a Argélia, um dos maiores exportadores de gás do mundo e um dos países mais ricos da África.
O oposicionista Said Saadi disse que a decisão deveria ter sido objeto de referendo e acusou o governo de praticar um "golpe de Estado dissimulado".
Analistas afirmam que, para facilitar a aprovação da renovação ilimitada dos mandatos presidenciais, o governo central aumentou recentemente o salário dos parlamentares.
Embora não tenha mencionado abertamente a sua candidatura, é dado como certo que Bouteflika, 71, concorrerá às eleições presidenciais de abril. Ele chegou ao poder em 1999 e foi reeleito cinco anos depois.
Seus partidários sustentam que o presidente foi o grande responsável pela estabilização do país após a sangrenta década de 90, quando uma guerra suja entre terroristas islâmicos e o Exército deixou 200 mil mortos. Para curar as feridas do conflito, Bouteflika lançou uma campanha de reconciliação nacional, que culminou com o indulto de militantes radicais em 2005. Há um ano, o país voltou a sofrer ataques terroristas.


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