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Eleições para escolha de novo líder palestino devem sofrer adiamento
MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM
As eleições palestinas, marcadas para janeiro, devem ser
adiadas devido à impossibilidade de serem realizadas na faixa
de Gaza.
A recomendação foi feita ontem pelo órgão independente
encarregado de organizar o
pleito. Tudo indica que será
adotada pelo presidente da
ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas.
Hana Nasser, que chefia o comitê eleitoral, disse ontem que
a recusa do Hamas em permitir
as eleições na faixa de Gaza, onde o grupo islâmico detém o poder, torna o pleito impossível.
"Planejamos ir a Gaza para
saber como poderíamos realizar as eleições lá", disse Nasser.
"Nesse meio tempo, recebemos
a resposta do Hamas de que
não somos bem-vindos em Gaza. Ficou claro que não podemos fazer uma eleição lá."
Abbas convocou eleições
presidenciais e legislativas para
24 de janeiro depois que o Hamas rejeitou o acordo para colocar um fim à divisão palestina. Desde 2007, Gaza está sob o
controle do Hamas, e a Cisjordânia, nas mãos do Fatah, grupo secular liderado por Abbas.
Dias após a convocação, Abbas anunciou que não disputará a reeleição, desgostoso com a
ausência de progresso no processo de paz. Mas, se o pleito for
adiado, Abbas poderá seguir no
poder sem precisar recuar da
ameaça de não disputá-lo.
Segundo assessores da ANP,
Abbas deverá aceitar a recomendação do comitê eleitoral.
O anúncio não surpreendeu
o Hamas, que reiterou diversas
vezes que não cooperaria com
eleições antes de um acordo de
reconciliação. "[O adiamento] é
resultado natural da falta de
condições apropriadas e evidência da credibilidade da posição do Hamas", disse um porta-voz do grupo islâmico.
As últimas eleições palestinas ocorreram em 2006, quando o Hamas obteve uma surpreendente vitória. O novo status quo durou pouco: um ano e
meio depois, após violento confronto, o grupo expulsou o Fatah de Gaza e passou a ter o
controle total do território.
O mandato de Abbas terminou no início deste ano, mas ele
afirma que a lei palestina lhe
permite ficar no poder e convocar novas eleições. Assessores
comentam que sua intenção é
deixar a Presidência da ANP,
mas seguir líder do Fatah.
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