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ÁSIA
Governo alega que país precisa de energia; EUA dizem esperar esforço diplomático para fazer Pyongyang mudar de idéia
Coréia do Norte reativará usina nuclear
DA REDAÇÃO
Ampliando a tensão com os
EUA, a Coréia do Norte anunciou
ontem que vai reativar uma usina
nuclear que provocou uma crise
na península coreana em 1994.
Com o inverno se aproximando, um porta-voz do Ministério
das Relações Exteriores da Coréia
do Norte disse que o país vai reativar um reator nuclear antigo, desenvolvido por soviéticos, e retomar a construção de outras instalações nucleares para fornecer
energia ao país. Sem se identificar,
um funcionário do governo sul-coreano disse que a Coréia do
Norte levaria no mínimo dois meses para reativar a usina nuclear
que, segundo autoridades norte-americanas, poderia desenvolver
armas nucleares.
Questionado no Qatar sobre
que medidas os EUA tomariam,
Donald Rumsfeld, secretário da
Defesa, respondeu: "Não tenho a
mínima idéia sobre o que vai
acontecer agora. Mas certamente
tem havido, e eu creio que continuará a haver, um esforço diplomático para que os norte-coreanos cumpram suas obrigações internacionais".
A Coréia do Sul promoveu uma
reunião especial do Conselho de
Segurança Nacional e emitiu um
comunicado expressando "grave
preocupação" com o anúncio do
país vizinho. "O governo vai monitorar as ações da Coréia do Norte e fortalecer a cooperação e a
coordenação com os EUA, o Japão e outros países", disse Seul.
Os dois principais candidatos
sul-coreanos às eleições do próximo dia 19 exortaram a Coréia do
Norte a mudar de idéia.
O anúncio norte-coreano aconteceu dois dias depois da interceptação do So San, navio norte-coreano carregado de mísseis
Scud, no mar da Arábia. Anteontem, os EUA liberaram o navio.
O programa nuclear norte-coreano foi congelado em 1994, após
a assinatura de um acordo entre
Pyongyang e Washington que
evitou uma escalada do conflito
na península coreana. A Coréia
do Norte, cuja principal indústria
é a militar, foi incluída pelos EUA,
no início deste ano, no "eixo do
mal", com o Irã e o Iraque. No final de outubro, a Coréia do Norte
advertiu os EUA de que tomaria
"medidas duras" se Washington
não aceitasse dialogar. Mas o segundo homem na hierarquia do
país disse ao governo sul-coreano
que seu país estava disposto a dialogar sobre o programa de armas.
No mês passado, a Coréia do
Norte disse que o acordo de 1994
havia acabado por causa da suspensão, por países liderados pelos
EUA, do envio de combustível ao
país. Sob o acordo, os carregamentos de petróleo ocorreriam
em troca da suspensão pela Coréia do Norte de seu programa de
armas nucleares.
Segundo analistas e líderes políticos, a intenção norte-coreana
seria abrir caminho para negociações. "Se lermos cuidadosamente
o anúncio da Coréia do Norte, sua
posição a favor de uma solução
pacífica para as divergências com
os EUA sobre a entrega de combustível permanece a mesma",
disse o primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi.
Um dos países mais isolados do
mundo, a Coréia do Norte depende de ajuda para garantir a alimentação de seus habitantes e obter energia. "A situação levou o
governo a... reativar imediatamente a operação e a construção
de suas instalações nucleares para
gerar eletricidade", disse um porta-voz do governo. "A crise nuclear na península coreana deveria ser resolvida pacificamente.
Depende totalmente dos EUA se
nós vamos congelar nosso programa nuclear novamente."
Com agências internacionais
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