São Paulo, quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

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Sem novidades, América Latina verá "rosto novo"

Hillary promete "engajamento vigoroso" com região

DE WASHINGTON

A América Latina verá um "novo rosto" dos Estados Unidos na região, "mais engajado" e com "envolvimento vigoroso". Vagas, as promessas foram feitas ao longo do dia de ontem por Hillary Clinton, durante seu depoimento à Comissão de Relações Exteriores do Senado.
"No nosso continente, temos a oportunidade de melhorar a cooperação para obter objetivos econômicos, de segurança e ambientais em comum", disse a futura secretária de Estado em seu texto inicial. "Retomaremos a política de engajamento vigoroso."
Hillary citaria a Cúpula das Américas, que ocorre em abril em Trinidad e Tobago e deve ser um dos primeiros compromissos externos de Barack Obama, como fórum ideal para "uma nova parceria energética, construída ao redor de tecnologia compartilhada e investimentos em energia renovável".
O desfile de chavões já ditos por antecessores mostra a falta de importância que a região deve continuar sofrendo pelo menos no início do novo governo. Com uma crise econômica sem precedentes no campo interno, duas guerras em curso e o recrudescimento de um conflito no Oriente Médio, nem Obama nem Hillary terão muito tempo para a América Latina.
A ação de maior visibilidade -mas pouco efeito- deve ser mesmo em relação a Cuba. Obama prometeu relaxar a tensão entre os dois países. Ontem, Hillary voltou a dizer que o futuro governo vai suspender as restrições a viagens de familiares que desejem visitar a ilha, posição explicitada por Obama.
"O presidente eleito está comprometido a suspender as restrições de viagens familiares e de envio de dinheiro", disse. "Ele acredita que cubano-americanos são os melhores embaixadores para democracia, liberdade e um livre mercado."
O Brasil foi citado duas vezes. A primeira como uma das economias emergentes que a futura secretária espera ser chamada para discutir a crise econômica mundial, embora esse tipo de convocação não faça parte de suas atribuições. "O encontro recente do G20 foi um primeiro passo", disse, aludindo à reunião do ano passado em Washington.
"Sabemos que economias emergentes como China, Índia, Brasil, África do Sul e Indonésia sentem os efeitos da crise atual. Todos nos beneficiaremos se eles forem parte da solução e se tornarem parceiros ao manter a estabilidade econômica global." (SÉRGIO DÁVILA)


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