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Novo impasse entre Moscou e Kiev retém gás da UE e prolonga a crise
Parte do envio é liberado, mas não chega a destino; corte completa uma semana
DA REDAÇÃO
Uma nova rodada de troca de
acusações entre a Rússia e a
Ucrânia teve lugar ontem depois de a União Europeia anunciar que quase nada do fornecimento de gás para o bloco foi
restabelecido durante o dia.
Moscou disse ter reiniciado o
envio no horário previsto pelo
acordo da véspera e voltou a
culpar pela crise Kiev, que devolveu a acusação.
De acordo com a Rússia, o
não-cumprimento do acordo se
deveu novamente a desvios do
gás pela Ucrânia. Kiev admitiu
não ter feito o repasse, mas
atribuiu a culpa a Moscou, que
teria exigido o uso de uma rota
"inviável" na rede de gasodutos
ucranianos.
Os dois países mantêm ainda
uma disputa sobre a responsabilidade pelo custeio do chamado "gás técnico", necessário para preservar a pressão mínima
nos dutos que o transportam.
Segundo a UE, o acesso dos monitores às salas de controle,
previsto no acordo, não foi permitido em nenhum dos países.
O fluxo de gás à Europa via
Ucrânia foi paralisado há uma
semana, com a Rússia acusando o país de desviar parte do gás
para consumo próprio. O suprimento ao mercado ucraniano
havia sido paralisado no dia 1º
devido a impasse sobre o preço
do gás e do transporte e de uma
dívida contestada por Kiev.
Anteontem, porém, russos e
ucranianos haviam chegado a
um acordo para o restabelecimento, a partir das 10h de ontem (horário de Moscou), do
envio para o bloco europeu sob
a supervisão de monitores
-mas não à Ucrânia, com cuja
estatal, a Naftogaz, a russa Gazprom trava disputa comercial.
A crise compromete o fornecimento a 18 países em meio a
um inverno rigoroso. Alguns
deles suspenderam fábricas e
aulas para enfrentar a escassez.
A Comissão Europeia -órgão executivo da UE- disse
que o bloco, que importa 25%
do gás consumido da Rússia,
necessita com urgência da normalização. O presidente da comissão, José Manuel Durão
Barroso, expressou "desapontamento" com o não-cumprimento do acordo ao premiê
russo, Vladimir Putin.
Com agências internacionais
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