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EUROPA
Plano acordado com intermediação da ONU prevê referendos e pode facilitar a entrada da Turquia na União Européia
Turcos e gregos aceitam reunificar Chipre
TERENCE NEILAN
DO "NEW YORK TIMES"
Após três dias de conversações,
os líderes cipriotas gregos e turcos
concordaram hoje com um plano
proposto pelo secretário-geral da
ONU, Kofi Annan, para pôr fim
aos 30 anos de divisão da ilha mediterrânea. Se as negociações finais entre as duas partes tiverem
êxito, o Chipre ingressará na
União Européia como país unificado, em 1º de maio. Atualmente,
apenas a parte grega entrará no
bloco europeu naquela data.
"As duas partes chegaram a um
acordo dentro do quadro proposto pelo secretário-geral", disse ontem na ONU Ugur Ziyal, da Chancelaria turca.
O líder cipriota grego, Tassos
Papadopoulos, disse: "Conseguimos a retomada das conversações
sob a égide do secretário-geral".
Papadopoulos e o líder cipriota
turco, Rauf Denktash, se comprometeram a iniciar negociações finais em 19 de fevereiro. As negociações levarão à realização de referendos distintos, no norte e no
sul da ilha mediterrânea, no próximo 21 de abril.
As duas partes tiveram dois dias
de conversações nesta semana. As
conversações foram interrompidas na quarta-feira, mas Annan
convenceu os dois lados a retomá-las na quinta, às 15h (horário
local). Doze horas mais tarde, às
3h de ontem, as conversações terminaram sem acordo.
Sem se deixar desanimar, Kofi
Annan chamou Denktash e Papadopoulos de volta, ainda na manhã de ontem, pedindo que ou assinassem ou rejeitassem seu plano de uma página e meia para a
realização de negociações finais.
O conteúdo detalhado do plano
não foi divulgado de imediato.
Na semana passada, após indicações da Turquia de que agora
talvez fosse uma boa hora para fazer pressão por um acordo, Annan convidou as duas partes a
comparecer a Nova York.
Turquia na UE
A situação de Chipre vem sendo
um obstáculo para a realização do
desejo que a Turquia nutre há
muito tempo de tornar-se o primeiro membro muçulmano da
União Européia (UE). A aspiração tem o apoio dos EUA, aliados
da Turquia na Otan, a aliança militar ocidental. O governo americano saudou efusivamente o
acordo anunciado ontem em Nova York. Já a União Européia o
qualificou de "acontecimento histórico".
Se as negociações tivessem fracassado, apenas o governo cipriota grego teria direito de ingressar
na UE, que em maio será ampliada para incluir 25 países. O bloco
hoje tem 15 países.
O Chipre está dividido entre lados controlados por cipriotas gregos e turcos desde 1974, quando a
Turquia tomou o terço norte da
ilha, após um golpe de Estado
pró-Grécia que visava unificar a
ilha com a Grécia. O Estado separatista, que tem o nome de República Turca do Norte do Chipre, é
reconhecido exclusivamente pela
Turquia, que mantém 30 mil soldados estacionados lá.
O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, vinha pressionando Rauf Denktash
a abrir mão de suas objeções e indicara que as Forças Armadas
turcas concordariam com um
acordo para pôr fim à disputa.
Com agências internacionais
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