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ANÁLISE
Verdadeiro teste começa após ofensiva
DEXTER FILKINS
DO "NEW YORK TIMES"
No cenário de intensos combates que se espera para os próximos dias em Helmand, ninguém duvida que as tropas estrangeiras e afegãs terminem
por limpar de insurgentes o reduto rebelde de Marjah. E aí é
que o verdadeiro teste começa.
Nos últimos oito anos, as forças da Otan e dos EUA realizaram outras operações militares
para limpar cidades de insurgentes do Taleban. E então,
quase invariavelmente, elas alcançaram o objetivo, mas nunca deixando soldados ou policiais suficientes para manter as
cidades sob seu controle.
E então, quase sempre, o Taleban retornou -bem como,
depois de um tempo, as tropas,
para limpar o local de novo. Os
soldados chamam isso ironicamente de "aparar a grama".
Desta vez, em Marjah, os comandantes militares dizem
que irão fazer algo que nunca fizeram antes: trazer a força policial e o governo afegão atrás deles. Soldados americanos e britânicos ficarão como apoio.
A ideia é que Marjah sirva de
protótipo para um novo tipo de
operação militar, baseada na
estratégia de contrainsurgência do comandante das forças
dos EUA e da Otan no país, general Stanley McChrystal.
Mais do que em qualquer outra operação desde 2001, o cuidado em poupar as vidas de civis e em estabelecer a presença
do Estado é maior do que o foco
em matar insurgentes.
Os americanos e seus aliados
querem capturar a área com
um mínimo possível de violência e evitar uma repetição do
que houve na retomada da cidade iraquiana de Fallujah, em
novembro de 2004.
Lá, os americanos mataram
muitos das centenas de insurgentes que controlavam a cidade, deixando-a destruída. Não
fizeram muitos amigos.
McChrystal quis deixar claro
que Fallujah não é o modelo.
Agora, pela primeira vez, foi
montada uma equipe de funcionários afegãos que, junto
com um governador afegão, se
mudará para Marjah no momento em que os combates cessarem. Mais de 1.900 policiais
afegãos estão de prontidão.
Em um ponto de vista mais
amplo, o ataque em Marjah é
parte do esforço ambicioso de
romper o poder do Taleban
dentro de seus redutos.
Nos próximos meses, os
americanos esperam assegurar
as cidades de uma área de 320
km, em forma de ferradura, ao
longo do rio Helmand, através
de Candahar, até a fronteira
com o Paquistão. A área compreende 85% da população das
províncias de Candahar e Helmand, a base de apoio do Taleban. Milhares de soldados serão enviados para a região.
No fim das contas, as forças
estrangeiras podem chegar
apenas até certo ponto. O resto
cabe aos afegãos. Nesse sentido, quem sairá vitorioso em
Marjah pode não ficar claro
ainda por muitos meses.
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