São Paulo, segunda-feira, 14 de março de 2011

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ONDAS DE REVOLTA

Exército da Líbia diz que vai "purgar" leste do país

Tropas de Gaddafi avançam rumo a bastião dos opositores em Benghazi

Para Liga Árabe, ainda há tempo para uma ação militar multilateral coordenada pela ONU; França promete agir

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Após retomar mais de 140 km de território rebelde nos últimos quatro dias, o Exército líbio prometeu "purgar" o resto do país ao reconquistar Brega e avançar rumo a Ajdabiyah, última cidade a caminho de Benghazi -o bastião da oposição no leste.
No oeste, os rebeldes dizem ter contido o contra-ataque das tropas do ditador Muammar Gaddafi em meio a violentos confrontos.
"Liberamos Zawiyah, Al Uqayla, Ras Lanuf, Brega, e o Exército marcha para purgar o resto do país", advertiu o coronel Milad Hussein, que acredita numa fácil vitória em Benghazi.
"São um bando de ratos e vermes e assim que entrarmos, levantarão suas mãos e se renderão", disse.
Em resposta, os oposicionistas alertaram para uma grande batalha em Ajdabiyah, "cidade vital" cuja defesa é "muito importante", indicou Abdul Fatah Yunis, comandante dos rebeldes.
De acordo com a oposição, as tropas leais a Gaddafi usaram tanques, navios de guerra e bombardeiros aéreos nos ataques a Brega durante o domingo, e até hospitais foram atingidos por mísseis.
Enquanto isso, o regime busca reconquistar a confiança das indústrias petroleiras. Em conversas com os chanceleres de China, Índia e Rússia, Gaddafi teria pedido aos três países que invistam no setor, gravemente abalado pela guerra civil.
Moscou e Nova Déli têm poder de veto no Conselho de Segurança da ONU e até agora se posicionaram contra uma ação militar na Líbia.

AÇÃO MILITAR EXTERNA
Embora avance em território, o regime do ditador líbio fica cada vez mais isolado diplomaticamente.
Um dia após apoiar uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia, a Liga Árabe reiterou que não é tarde demais para uma ação militar externa.
No Cairo, em reunião com a chanceler da Espanha, Trinidad Jiménez, o secretário-geral do bloco, Amr Moussa, disse que ainda há tempo para "proteger a população civil e parar o massacre".
Em reação, o regime líbio afirmou que o pedido é baseado em "alegações falsas".
Moussa disse ainda que os países árabes defendem somente uma ação multilateral coordenada pela ONU.
A Espanha disse que participaria de operações aéreas desde que tenham o aval das Nações Unidas, e a França reiterou que apoia a ação, que, segundo o secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, pode ser colocada em prática por Washington caso ordenada por Barack Obama. A secretária de Estado americana Hillary Clinton conversa hoje em Paris com os líderes dos oposicionistas líbios.


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