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AMEAÇA
Presidente americano diz que país abriga partidários de Saddam Hussein e possui armas químicas
Bush faz acusações contra a Síria
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
O presidente George W. Bush
voltou a ameaçar ontem a Síria e
acusou o país de ter armas químicas e de oferecer abrigo a terroristas e partidários do regime de
Saddam Hussein. "Cremos que
há armas químicas na Síria", disse. "O exemplo iraquiano mostrou que os EUA estão falando sério sobre acabar com armas de
destruição em massa."
Como Bush, seus dois principais secretários, Donald Rumsfeld (Defesa) e Colin Powell (Estado), e o chefe das operações militares no Iraque, Tommy Franks,
ameaçaram a Síria. Franks acusou
o país de "contratar mercenários
para lutar contra os EUA".
Indagado sobre se pretende autorizar uma ação militar contra a
Síria, Bush disse: "Eles precisam
cooperar". E afirmou que poderia
telefonar para líderes sírios para
"deixar clara" sua mensagem.
Rumsfeld disse não "ter dúvidas
de que militares de Saddam" estão na Síria. Powell, por sua vez,
disse que não seria "desejável"
que o país fosse "refúgio para
quem deve ser levado à Justiça".
Também disse que o período de
combates no Iraque "acabou".
"Podemos mudar nossa atenção
para achar armas de destruição
em massa. Vamos encontrá-las."
Em Washington, o embaixador-adjunto sírio, Imad Moustapha, negou que o país esteja acobertando militares iraquianos.
Anteontem, militares americanos disseram ter interceptado
ônibus no Iraque com 59 pessoas
que carregavam, além de US$ 630
mil, mensagens oferecendo recompensas a quem matasse soldados da coalizão. Segundo os
militares, o ônibus ia para a Síria.
A pressão contra a Síria e países
do chamado "Eixo do Mal" (Coréia do Norte e Irã, além do Iraque) deve se intensificar. A intenção dos EUA é capitalizar a vitória
contra Saddam para ameaçá-los.
Ontem, funcionários de Bush
diziam que o fato de a Coréia do
Norte ter concordado sobre conversações multilaterais sobre seu
programa atômico sinalizava que
"entendera o recado". Para Bush,
isso é "boa notícia para o Oriente
preocupado com o fato de o país
desenvolver armas atômicas".
O presidente minimizou o caos
que se instaurou no Iraque pós-Saddam. "Assim como duvidaram da campanha militar, duvidam do planejamento. Mas seremos bem-sucedidos."
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