São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 2008

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SUCESSÃO NOS EUA

Hillary ataca Obama por fala sobre "amargura" de eleitores

DA REDAÇÃO

Depois de comentários controversos sobre a "amargura" de moradores de cidades pequenas da Pensilvânia, o pré-candidato democrata Barack Obama continuou durante o fim de semana a tentar se defender das críticas que podem prejudicar seu desempenho nas prévias desse Estado, no dia 22.
A tarefa não tem sido fácil, principalmente dado o foco que a campanha de sua rival, Hillary Clinton, mantém sobre o tema. "Obama ainda não se explicou. Afinal, como ele vê as pessoas aqui neste bairro, na Pensilvânia, em outros locais do país?" questionou Hillary repetidamente em atos no Estado ontem.
A polêmica gira em torno de um discurso do pré-candidato a doadores da Califórnia, tornado público na última sexta-feira. Na ocasião, ele afirmou: "Você vai a algumas cidades pequenas na Pensilvânia, e muitas outras no Meio-Oeste, e os empregos se foram há 25 anos e nada os substituiu. (...) Não é surpreendente que as pessoas tenham se tornado amarguradas e apelam para armas, ou religião, ou rejeição a pessoas que não são como elas, como com sentimentos antiimigração, para explicar suas frustrações."
Apesar da declaração ter sido em grande parte voltada contra a ex-primeira-dama -ele disse que a situação piorou "durante o governo [do ex-presidente Bill] Clinton"- o ataque se voltou contra Obama. Ele agora é acusado de mostrar "falta de compreensão" sobre valores de moradores de cidades pequenas.
No sábado, ele tentou voltar atrás e disse que "não se expressou tão bem como deveria". Obama afirma que sua intenção foi dizer que eleitores em cidades com problemas econômicos expressam sua ansiedade nas urnas focando em questões culturais e sociais como imigração e leis sobre armas.
Mas, para Hillary, foi a oportunidade perfeita para se apresentar como a verdadeira defensora dos trabalhadores de renda mais baixa -que formam uma de suas principais bases.
Só a votação da próxima semana mostrará como o caso afetou o público. "Eu não fiquei chateado", afirmou o eleitor da Pensilvânia Richard Morrison, 61. "Há mesmo um sentimento amargo por aqui."


Com agências internacionais


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