São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 2011

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Obama promete controlar contas cortando US$ 4 tri

Candidato à reeleição, americano elabora plano com duração de 12 anos

Conteúdo, embora vago, indica um aumento de impostos para os mais ricos, cortes na Defesae melhorias na Saúde

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

Pressionado pela crescente dívida pública dos EUA, o presidente Barack Obama anunciou ontem, em um discurso de forte tom político e eleitoreiro, uma proposta para cortar US$ 4 trilhões do deficit em até 12 anos.
Como outros planos do tipo, porém, a proposta chegou sem grandes especificações sobre os alvos do corte.
Em termos gerais, os principais pontos citados foram: aumento de impostos para os mais ricos; maior eficiência nos serviços de saúde pública; cortes em Defesa; e cortes extras em gastos discricionários (não militares).
Também foram propostos gatilhos automáticos de cortes de gastos mais duros se até 2014 o deficit não cair conforme o esperado.
A dívida pública americana está em US$ 14,26 trilhões, e o deficit deve chegar a US$ 1,65 trilhão até o final deste ano. O deficit público ocorre quando as contas do governo ficam no vermelho depois de pagar despesas e juros da dívida.
O plano tenta garantir que a proporção da dívida em relação ao PIB não aumente ainda mais, porém não chega a planejar o fim do deficit.
Propostas republicanas de cortes também tentam eliminar cerca de US$ 4 trilhões (o equivalente a dois PIBs brasileiros), mas não propõem aumento na arrecadação.

BRASIL
Obama chegou a citar o Brasil no discurso, usando seu exemplo para criticar os planos da oposição.
"O Brasil está investindo bilhões em nova infraestrutura e pode abastecer metade de seus carros com biocombustível. Mas somos apresentados com uma visão de que os EUA, a maior nação da Terra, não podem fazê-lo."
Ele parecia antecipar críticas e tentou contemplar todas em sua fala.
Para democratas, Obama defendeu sistemas sociais, dizendo que "todos merecemos algum grau de segurança e dignidade".
Ainda disse que os cortes que republicanos fariam em programas sociais como o Medicare (de saúde pública para idosos) "mudariam os EUA que conhecemos".
Prometeu não estender de novo cortes de impostos feitos pelo governo anterior, inclusive para quem ganha mais de US$ 250 mil/ano. E passou boa parte do tempo desconstruindo as propostas republicanas.
Por outro lado, afagou levemente a direita ao elogiar o espírito individualista dos EUA e concordar com a necessidade de cortes brutais.
O plano de Obama é formar uma comissão bipartidária liderada pelo vice Joe Biden para especificar os cortes orçamentários até junho.


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