São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 2011

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África do Sul oficializa entrada no grupo

JULIANA ROCHA
DE SÃO PAULO

O "S" do acrônimo Brics ganhará uma função com a entrada da África do Sul. A adesão será oficializada na cúpula que começa hoje, na China, do grupo formado também por Brasil, Índia e Rússia.
A distância econômica da África do Sul para os demais Brics foi notada pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), ao citar o desafio que o país africano terá que enfrentar para reduzir sua elevada taxa de desemprego de quase 25%.
As características econômicas- o país tem o menor PIB- contribuem para aumentar as diferenças em um grupo que já é heterogêneo do ponto de vista político, cultural e geográfico.
Para o criador do acrônimo, o economista-chefe da Goldman Sacks, Jim O"Neill, a entrada da África do Sul no grupo não faz sentido. "É difícil ver como a África do Sul se equipara a esses países", disse, quando a adesão foi anunciada. "Claramente é uma boa notícia para a África do Sul, mas não está inteiramente claro para mim por que os outros membros do grupo deveriam concordar".
Embora cause estranheza ao criador da sigla, a adesão vai ajudar os demais Brics a aumentar seu acesso ao mercado africano.
É o que defende Fernando Sarti, professor de economia internacional da Unicamp: "Vejo essa associação com bons olhos porque oferece ao Brasil uma porta de entrada na África. É uma aproximação estratégica para ampliar o comércio, os investimentos e a troca de tecnologias".
Ele acrescenta que uma vantagem de fazer parte do grupo é a qualidade de diálogo diplomático com os demais parceiros.
O acadêmico acrescenta que uma vantagem de fazer parte do grupo é a qualidade de diálogo entre os parceiros do grupo.
O coordenador de Relações Internacionais do Ibmec, José Luiz Niemeyer, lembra que apesar das diferenças entre os Brics, a adesão da África do Sul foi uma decisão política. O grupo fortalece seu prestígio internacional ao agregar um representante da África.


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