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JAPÃO
Empresa já toma medidas para conter o problema
Grandes espelhos nas plataformas podem impedir desejo de suicídio
KATHY MARKS
DO "THE INDEPENDENT"
Numa tentativa de impedir passageiros suicidas de atirar-se sobre os trilhos, uma companhia
ferroviária japonesa vai instalar
grandes espelhos nas plataformas
de suas estações.
A East Japan Railway Company,
que transporta 16 milhões de passageiros por dia, alega que, com a
medida, os usuários que pretendem se matar poderiam mudar de
idéia se, no instante crítico, vissem a imagem deles mesmos.
Um porta-voz da empresa, Masahiko Horiuchi, explicou o problema: "Um suicídio provoca
atraso nos horários dos trens, e
geralmente levamos 50 minutos
para fazer tudo voltar ao normal.
Cada vez que uma pessoa se mata
em nossas estações, recebemos
enxurradas de telefonemas de
protesto. Houve um incidente no
qual levamos três horas para fazer
tudo voltar ao normal, enquanto
procurávamos uma cabeça decepada que se separara do tronco".
Segundo a empresa, 212 pessoas
cometeram suicídio em suas estações nos últimos 12 meses.
Horiuchi disse que as autoridades ferroviárias consultaram sete
psiquiatras para saber como reduzir o número de suicídios. "Um
conselho que nos deram foi que a
presença de um espelho pode impedir potenciais suicidas de saltar
da plataforma", conta Horiuchi.
A JR East pretende instalar um espelho de 1,5 m por 2 m na estação
central de Shinjuku, em Tóquio,
que recebe 756 mil passageiros
por dia, e outro na estação de Ogikubo, na zona oeste da cidade. Os
espelhos serão instalados na extremidade da plataforma pela
qual os trens chegam, local mais
procurado por suicidas.
Além de ter pintado as plataformas de azul, a empresa considera
a possibilidade de instalar sensores que avisem os passageiros sobre os perigos de se aproximarem
demais da beirada das plataformas. Ela já tentou -em vão-
medidas mais convencionais para
reduzir os suicídios, como intensificar a iluminação e aumentar o
número de funcionários que patrulham as plataformas.
Para fazer os suicidas mudarem
de idéia, a empresa obrigou as famílias de algumas das vítimas a
pagar pelos prejuízos causados à
ferrovia. "Se um suicida causa danos à propriedade, isso sai caro",
disse Horiuchi. "Temos um caso
no qual uma família pagou 10 milhões de ienes (US$ 92,2 mil)."
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