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MÍDIA
Jornal cria comitê para evitar fraude
Publisher admite culpa por crise no "Times"
DE NOVA YORK
Em e-mail enviado à redação
do "The New York Times", o publisher e os dois principais editores do jornal reconheceram ter parte da responsabilidade pela
crise que tomou o diário após a
revelação de que um ex-repórter
publicou textos fraudados.
A mensagem foi assinada pelo
publisher do "Times", Arthur
Sulzberger Jr. "Nossas salvaguardas de organização e nossas respostas individuais foram insuficientes. Howell, Gerald e eu aceitamos a responsabilidade por isso", escreveu ele, numa referência
aos dois principais editores, Howell Raines e Gerald Boyd.
Sulzberger foi criticado pela
postura que adotou desde o domingo, quando o jornal publicou
um grande dossiê relatando uma
série de irregularidades cometidas pelo repórter Jayson Blair,
que pediu demissão no dia 1º.
Antes do e-mail, ele afirmara
que a responsabilidade pelos textos incorretos publicados pelo
"Times" cabia apenas a Blair e
que não aceitaria ser demonizado
por causa dos erros. Na opinião
do publisher, haveria pouco a fazer para evitar que o jornal corra o
risco de enfrentar um caso assim
-não valeria o preço de implementar um sistema no qual todos
os funcionários seriam alvo de
dúvidas, argumentou.
Mas, em e-mail enviado após a
mensagem de Sulzberger, Raines,
que é o editor-executivo do jornal, anunciou a formação de um
comitê para descobrir erros de
procedimento na redação.
Além disso, avisou que ele e
Boyd vão buscar uma maneira de
conferir as movimentações de repórteres analisando suas prestações de contas. Investigação do
"Times" em notas fiscais apresentadas por Blair mostrou que ele se
encontrava em lugares diferentes
dos quais deveria estar em determinados dias -e de onde, em tese, assinava as reportagens publicadas pelo jornal. Blair, 27, não se
manifestou após a publicação do
dossiê contra ele.
(RD)
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