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SUCESSÃO NOS EUA/ PRIMÁRIA NA VIRGÍNIA OCIDENTAL
Hillary consegue vitória esperada e jura não desistir
Senadora continua atrás de Obama em todos os quesitos, mas promete ir "até o fim"
Pesquisa aponta desejo de maioria pela "chapa dos sonhos", com os dois rivais do partido da oposição; campanhas evitam tema
SÉRGIO DÁVILA
ENVIADO ESPECIAL A CHARLESTON
Apesar de permanecer atrás
em todos os quesitos da corrida
pela candidatura democrata à
sucessão de George W. Bush e
sob pressão para que complete
a chapa do senador Barack
Obama como candidata a vice-presidente, Hillary Clinton disse ontem que não desistirá.
Após confirmada a prevista
vitória na Virgínia Ocidental,
ontem, e num dos discursos
mais enfáticos desde que sua
derrota foi dada como certa pelo meio político, a senadora disse que vai "até o fim". E alertou:
"A Casa Branca será ganha num
dos Estados indecisos, e eu estou ganhando neles".
"Vocês sabem que eu nunca
desisto, que continuo voltando
e continuarei enquanto vocês
estiverem comigo", disse a ex-primeira-dama em discurso no
Centro Cívico de Charleston,
capital do Estado. "Estou nesta
corrida porque acredito que
sou a candidata mais forte à
presidência." Até 3 de junho,
quando termina essa parte do
processo do partido de oposição, há ainda cinco prévias.
A senadora voltou a bater na
tecla dos delegados partidários
dos Estados que tiveram suas
prévias anuladas, nos quais ganhou. "Tanto o senador Obama
quanto eu acreditamos que os
delegados de Flórida e Michigan devem ser contados", afirmou, imprecisamente -seu
concorrente defende uma solução para o problema, mas não
essa. Comissão do partido decidirá o assunto no dia 31.
Até conclusão desta edição,
com 72% das urnas, Hillary
vencia no Estado por 66%, ante
27% de Obama. A Virgínia Ocidental tem 95% do eleitorado
formado por brancos. Dos 20%
que disseram que a raça foi um
fator importante na hora de escolher um candidato, 80% votaram em Hillary. Na platéia do
centro cívico, a Folha contou
cinco negros entre os 500
brancos que assistiam à senadora, dois dos quais foram sentados atrás de seu púlpito de
maneira a aparecer na TV.
Hillary rebateu na tecla de
que é ela quem vence em Estados como esse, de maioria
branca, cruciais nas eleições de
novembro. Antes, em entrevista a uma emissora de TV, um
assessor da ex-primeira-dama
havia dito que a atitude de candidato escolhido adotada por
Obama era comparável ao discurso de George W. Bush, em
abril de 2003, dizendo que os
combates principais da Guerra
do Iraque tinham acabado.
"Nós já tivemos uma experiência desastrosa com um líder declarando "missão cumprida" quando na verdade não
era isso", disse o estrategista
Geoff Garin, referindo-se à faixa com essa frase que aparecia
atrás do presidente republicano durante aquele discurso.
"Chapa dos sonhos"
Obama ignorou o Estado ontem e visitou uma cidade do
Missouri, que já realizou prévias e no qual o senador ganhou
por margem apertada, como
parte da nova diretriz nacional
de sua campanha: visitar Estados que devem ser importantes
nas eleições em novembro.
Em Cape Girardou, indagado
por um eleitor se convidaria
Hillary para ser candidata a vice caso fosse mesmo o indicado
do partido, Obama saiu-se novamente pela tangente. "Não
vou falar de vice-presidente isso ou aquilo até que eu ganhe,
pois seria presunçoso."
Ambas as campanhas têm
adotado o mesmo discurso,
mas aumenta a pressão popular
para que seja formada o que
parte dos eleitores, analistas e
políticos apelidou de "chapa
dos sonhos". Em pesquisa feita
a pedido do jornal "USA Today"
e divulgada ontem pelo instituto Gallup, 55% dos democratas
e dos independentes que tendem a votar em democratas
gostariam que o senador fizesse o convite à rival caso seja o
escolhido, e vice-versa.
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