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Câmara italiana aprova lei anti-imigração
Restrições incluem multa a ilegais, prisão para anfitriões e maior tempo de detenção; texto ainda precisa de aprovação do Senado
Medidas seguem anúncio
de que imigrantes detidos
no mar serão mandados
de volta, divulgado pelo
governo na semana passada
DA REDAÇÃO
A Câmara dos Deputados da
Itália aprovou ontem novas
medidas de combate à imigração ilegal propostas pelo governo do premiê Silvio Berlusconi.
Entre elas estão a cobrança de
multa de até 10 mil a clandestinos e prisão para quem os
hospedar. As medidas ainda
precisam passar pelo Senado.
As novas restrições incluem
ainda o aumento de 2 para 6
meses no tempo de detenção
de imigrantes ilegais e a criação
das "rondas" locais de cidadãos
comuns para denunciar ameaças à segurança.
O cerco à entrada de imigrantes ilegais na Itália é só a
mais recente medida de uma
série promovida por Berlusconi, que foi eleito há um ano
prometendo "fechar as fronteiras" do país.
Em fevereiro, o Senado aprovara um projeto de lei do grupo
direitista Liga Norte que permitia a médicos delatar imigrantes ilegais que procurassem atendimento.
Na Câmara, porém, o projeto
encontrou resistência entre os
próprios deputados da base governista, que, em abril, pediram ao primeiro-ministro que
não o submetesse a votação.
As medidas aprovadas ontem resgatam alguns dos pontos previstos no projeto original, como a criminalização da
imigração ilegal e a criação das
rondas civis, e acrescentam outras, como aplicação de multa.
A nova investida anti-imigração ilegal da Itália vem uma semana após o anúncio pelo governo de que as levas de clandestinos que não param de
chegar à sua costa serão abordadas ainda em mar e mandadas de volta ao ponto de origem
-na maioria das vezes, a Líbia.
No fim de semana, o Ministério do Interior afirmou já ter
enviado 500 imigrantes para a
Líbia. A ONU alega que a medida impede que o governo analise pedidos de asilo de refugiados muitas vezes procedentes.
Criticado por União Europeia, Vaticano e grupos de direitos humanos, por um lado, o
governo Berlusconi sofre, por
outro, pressão da base conservadora, sobretudo a Liga Norte,
para conter a entrada dos ilegais. Em 2008, 36 mil migrantes africanos chegaram ao país.
Analistas dizem que as novas
medidas, caso de fato implementadas, terão apenas valor
simbólico, já que os imigrantes
não teriam como pagar multas.
Além disso, dizem, as restrições, em vez de desincentivar a
imigração ilegal, apenas marginalizarão os ilegais, que evitariam recorrer a serviços públicos por medo da delação.
Com agências internacionais
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