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Preocupado com o Irã, polêmico chanceler de Israel visitará Brasil
DA REPORTAGEM LOCAL
Oito dias após o cancelamento da viagem a Brasília do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, o chanceler brasileiro, Celso Amorim, anunciou
ontem que seu par israelense,
Avigdor Liberman, visitará o
país em julho.
Diante da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos
Deputados, Amorim também
mencionou planos de visita do
presidente de Israel, Shimon
Peres, no segundo semestre.
A Embaixada de Israel confirmou os preparativos para receber Liberman, conhecido pela retórica dura contra a minoria árabe israelense e por rejeitar concessões aos palestinos.
O pedido para visitar o Brasil
foi feito pela Chancelaria israelense à Embaixada do Brasil em
Tel Aviv como parte de um esforço do governo de Israel para
ampliar sua área tradicional de
atuação diplomática.
Devido à intensificação dos
laços com o Irã, a América Latina é a principal região contemplada pela estratégia .
Israel avalia que os governos
esquerdistas de Venezuela, Bolívia, Nicarágua e Equador,
aliados de Ahmadinejad, estão
aliviando o isolamento imposto
pelo Ocidente ao Irã por causa
do seu controverso programa
nuclear, suspeito de ter fins militares -o que Teerã nega.
O Estado judaico também teme que grupos armados como o
libanês Hizbollah se beneficiem de uma rede de apoio financeiro na região.
A perspectiva de visita a Brasília de Ahmadinejad, que
questiona o Holocausto e defende varrer o Estado judaico
do mapa, alarmou Israel. A diplomacia israelense preza boas
relações com o Brasil por considerá-lo um interlocutor e um
parceiro comercial importante.
O iraniano anulou a visita na
última hora devido ao acirramento das tensões domésticas
que antecedem a eleição presidencial de junho, na qual ele
buscará manter o cargo.
Teerã afirma que a viagem ao
Brasil ocorrerá após o pleito
-caso Ahmadinejad vença.
Nas entrelinhas, Israel espera marcar território antes de
uma eventual retomada dos
planos de visita do iraniano.
(SAMY ADGHIRNI)
Colaborou a Sucursal de Brasília
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