São Paulo, sábado, 14 de maio de 2011

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Alemanha lidera crescimento europeu

Zona do euro está dividida entre os países que vão bem e aqueles que vão mal, como Portugal, Espanha e Itália

Crescimento médio da região foi de 0,8%, mas, com queda de 0,7% do PIB, os portugueses já enfrentam a recessão

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

A economia da zona do euro (conjunto de 17 países que usam a moeda) cresceu 0,8% no primeiro trimestre do ano, em comparação com os três últimos meses de 2010. Em vez de um conjunto homogêneo, os dados provam mais uma vez que há uma Europa que vai bem (Alemanha e seus vizinhos) e outra que vai muito mal (países do sul).
A Alemanha, maior economia do bloco, foi a que mais cresceu entre os principais países: 1,5% sobre o trimestre anterior.
O país já recuperou tudo o que havia perdido desde a crise financeira global de 2008 e deve fechar este ano com crescimento de 2,6%.
Já Portugal está oficialmente em recessão. O PIB (conjunto de riquezas do país) encolheu 0,7% no primeiro trimestre, depois de ter caído 0,6% no anterior.
A projeção é que a economia portuguesa feche 2011 com queda de 2,2%.
Portugal ainda discute os termos do empréstimo que terá do Banco Central Europeu e do FMI (Fundo Monetário Internacional) para tentar resolver seus problemas.
Mas a política de austeridade, que corta gastos públicos, empregos e salários, fez as pessoas suspenderem as compras possíveis, o que atingiu indústria e comércio.
No espectro oposto está a Alemanha. O crescimento do país é sustentado principalmente pelas exportações, mas também pela retomada das construções após um inverno muito rigoroso.
Analistas acreditam ainda que o consumo das famílias tenha aumentado (esse detalhamento ainda não foi divulgado).

OUTROS PAÍSES
A França foi outra surpresa. O PIB do país cresceu 1% no primeiro trimestre. É o maior crescimento desde 2006 e bem maior que o registrado por EUA (0,4%) e Reino Unido (0,5%), por exemplo.
A economia francesa praticamente já recuperou os patamares pré-crise de 2008.
No caso da Grécia (crescimento de 0,8%), o percentual tem uma explicação matemática. O país está em recessão há mais de um ano e sua economia fechou o primeiro trimestre 4,8% menor do que era um ano antes.
O governo grego negocia um segundo empréstimo do Banco Central Europeu e do FMI, após o primeiro não convencer o mercado de que o país tem condições de honrar suas dívidas.
Itália e Espanha continuam patinando. A primeira teve expansão de apenas 0,1%. A segunda, de 0,3%.
As exportações espanholas cresceram, mas o mercado interno continua a sofrer os efeitos dos cortes do governo e do desemprego, que passa dos 20%.


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