São Paulo, segunda-feira, 14 de agosto de 2006

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entrevista

"Conseguimos enfraquecer o Hizbollah"

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM TEL AVIV

Isaac Herzog, ministro do Turismo e membro do gabinete de segurança de Israel, afirma que Israel vai cumprir o cessar-fogo a partir de hoje, mas que vai continuar com as operações se o Hizbollah não respeitar a decisão da ONU. Herzog, que é do Partido Trabalhista, acha que Israel está vencendo a guerra. Acha também que o chanceler brasileiro, Celso Amorim, que tem viagem marcada para o Líbano, deveria cobrar deste país o respeito ao fim das hostilidades. A seguir, trechos da conversa da Folha com Herzog, por telefone. (MICHEL GAWENDO)

 

FOLHA - O sr. acha que o cessar-fogo vai ser respeitado?
HERZOG -
Israel vai respeitar e esperamos que o Líbano também respeite. Se não cumprirem, vamos dar continuidade às operações. O Hizbollah vai tentar se rearmar e cabe à comunidade internacional e à ONU não deixar que isso aconteça. É bom lembrar que o Irã é o grande incentivador, que vende armas para o Hizbollah e é uma ameaça não só para Israel, mas sim para o mundo todo.

FOLHA - O sr. foi a favor do envio de mais tropas israelenses para o sul do Líbano nos últimos dias?
HERZOG -
Sim. A entrada de mais tropas na sexta-feira preparou o terreno para a entrada das tropas da ONU.

FOLHA - O que o sr. acha da resolução da ONU?
HERZOG -
Acho boa para Israel. Ela tem as condições que Israel queria, entre elas fazer o Líbano assumir sua responsabilidade e soberania. É importante que a comunidade internacional condene o Hizbollah, que é o braço longo do Irã.

FOLHA - O que Israel conseguiu com esta guerra?
HERZOG -
Conseguimos enfraquecer o Hizbollah. Destruímos suas bases na nossa fronteira, seus centros de comando e controle e parte de seu arsenal. Prendemos e matamos muitos de seus homens. Destruímos logo no início da campanha armas estratégicas. Tivemos problemas, também. Mas atuamos com bravura e tiramos as lições.

FOLHA - O sr. acha que Israel venceu?
HERZOG -
Sim. Apesar do preço alto que pagamos em vidas e em tempo. O mundo viu que estamos combatendo uma organização terrorista, conforme os EUA estão fazendo no Iraque. Eles usam a população civil. Acho que nenhuma família brasileira dormiria com mísseis na sua sala de estar, como acontece no sul do Líbano.

FOLHA - Foram mortos oito brasileiros, inclusive uma família, em ataques israelenses no sul do Líbano.
HERZOG -
Isso é uma tragédia. Nós advertimos antes de atacar. Mas me desculpe, estou tratando de proteger os meus cidadãos.


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