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análise
Israel procura algum sinal de vitória
STEVEN ERLANGER
DO "NEW YORK TIMES", EM JERUSALÉM
A iniciativa israelense de
aumentar suas forças terrestres no Líbano, um dia antes
de sua esperada adesão ao
cessar-fogo, tem dois objetivos: prejudicar o Hizbollah
ao máximo e encerrar o conflito com algo que o governo,
sob pressão interna, possa
descrever como vitória.
Tendo começado a guerra
dizendo que o objetivo era a
destruição do Hizbollah, o
premiê Ehud Olmert poderá
afirmar apenas que o grupo
foi gravemente ferido e que,
com tropas internacionais,
sua atuação será restrita.
Olmert e seu ministro da
Defesa, Amir Peretz, foram
prejudicados pela percepção
de que não souberam conduzir a guerra e que relutaram
em enviar tropas terrestres
em grande número quando
ainda havia tempo para atingir as metas declaradas. É
provável que a sobrevivência
do governo israelense atual
tenha sido encurtada.
A discussão em Israel não
diz respeito à legitimidade da
guerra, amplamente aceita.
As críticas ao governo se voltam ao modo como ele conduz a campanha militar.
Líderes militares se queixam de que os políticos não
deixaram o Exército fazer
seu trabalho, enquanto políticos dizem que o Exército
prometeu o trabalho em uma
ou duas semanas e com ataques aéreos.
Como é de costume em Israel, o Exército é mais bem
visto do que os políticos e
com certeza irá ganhar a discussão. Mas seu desempenho contra o Hizbollah vai
suscitar críticas a falhas.
Também haverá críticas
severas ao grau de preparo
do governo, diante da imagem de milhares de israelenses mais pobres em abrigos
antibomba decrépitos.
No pós-guerra, Olmert,
que lidera o Partido Kadima,
de centro, enfrentará ainda
as críticas da direita.
Parece estar com os dias
contados o plano de Olmert
de ampliar a política do unilateralismo, retirando até 70
mil colonos israelenses da
Cisjordânia para trás da barreira [que cerca os territórios
palestinos]. As guerras de foguetes fizeram a barreira parecer frágil.
O ex-embaixador israelense em Washington Itamar
Rabinovich formulou a questão: "Dois conceitos morreram. Primeiro, o unilateralismo, e segundo, a separação
pela barreira. Os mísseis tornam a barreira inútil."
Os israelenses temem que
tenha sido prejudicada sua
relação com os EUA, onde
muitos se queixam de que foi
dado tempo a Israel de bater
duro no Hizbollah. "Sairá
prejudicada em parte nossa
reputação de parceiro estratégico", disse Rabinovich.
"Nossa auto-imagem é em
parte a de fazedores de milagres militares, e, desta vez,
não fizemos milagre."
Tradução de CLARA ALLAIN
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