São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 2008

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Líbano e Síria firmam relação diplomática

Visita de presidente libanês a Damasco foi precedida pela morte de 18 em atentado a bomba em Trípoli

DA REDAÇÃO

O presidente do Líbano e o ditador da Síria concordaram ontem em estabelecer relações diplomáticas em nível de embaixadores pela primeira vez desde a independência, na década de 40. Não foram fixados prazos para a abertura de embaixadas na visita do libanês Michel Suleiman ao sírio Bashar al Assad, em Damasco.
Sob os acordos de Taif (1989), que encerraram 15 anos de guerra civil, o Exército sírio ocupou o Líbano até 2005.
Horas antes de Suleiman partir em viagem, uma bomba detonada por controle-remoto matou ao menos 18 pessoas -incluindo dez soldados- num ônibus em Trípoli, segunda maior cidade do Líbano.
Não há sinal de relação entre o ataque, o mais sangrento desde 2005, e o encontro. O país foi palco, nos últimos anos, de uma série de atentados políticos -a Síria é acusada de estar por trás de parte deles, como o que matou o premiê Rafik Hariri e precipitou a saída de suas tropas.
A suspeita de autoria do atentado, diz a Associated Press, recai sobre o Fatah al Islam, grupo militante sunita inspirado na Al Qaeda, expulso em 2007 de um campo de refugiados palestinos nas redondezas de Trípoli por militares libaneses. Seu líder, Shaker Youssef al Absi, e quatro militantes haviam sido acusados formalmente em março da explosão de dois ônibus no ano passado.
Segundo o Exército libanês, a explosão de ontem foi um ataque terrorista contra suas forças. O ônibus vinha de Akkar, onde moram muitos militares.
Já para o presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, o momento em que aconteceu a explosão indica uma intenção de "evitar a reparação das relações entre Líbano e Síria".
O atentado ocorreu um dia após o Parlamento dar voto de confiança ao governo de unidade nacional, que reúne aliados do premiê pró-Ocidente Fuad Siniora e o Hizbollah, misto de milícia islâmica e partido.
O governo foi eleito após acordo de paz assinado em Doha, mediado por Qatar, que pôs fim a uma grave crise política.


Com agências internacionais


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