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Na Venezuela, chavistas atacam opositores de nova lei de educação
Doze jornalistas ficaram feridos; Congresso votaria projeto na noite de ontem
Divulgação/"Ultimas Noticias"
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Chavistas agridem jornalistas que protestavam contra artigo de projeto de nova lei de educação
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
Dois protestos contra o governo Hugo Chávez foram reprimidos com jatos de água,
pauladas e gás lacrimogêneo
ontem em Caracas. Simultaneamente, a Assembleia Nacional, controlada pelo governismo, se reuniu para votar a controvertida nova Lei Orgânica de
Educação (LOE).
No caso mais grave, 12 jornalistas ficaram feridos após serem atacados a socos e pauladas por supostos militantes enquanto distribuíam panfletos
contra a nova lei de educação. O
ataque ocorreu no início da tarde, na movimentada avenida
Urdaneta.
Todos os jornalistas pertenciam à cadeia Capriles, grupo
que controla o jornal de maior
circulação nacional, "Últimas
Notícias". O diário é dirigido
pelo jornalista Eleazar Diáz
Rangel, próximo a Chávez.
Dos 12 feridos, 8 tiveram de
passar por atendimento médico. O caso mais grave é do repórter de política Marcos Ruiz.
Segundo a colega Sharay Angulo, que estava no protesto, ele
foi atacado a golpes de taco de
beisebol e sofreu politraumatismo (lesões provocadas por
forte impacto).
O grupo de 25 jornalistas
protestava contra o artigo 50 da
LOE, que limitaria o direito à liberdade de expressão. Diz o
texto do projeto de lei: "Os que
dirigem os meios de comunicação estão obrigados a dar sua
cooperação na tarefa educativa
e a ajustar a sua programação
para o sucesso dos fins e objetivos consagrados na Constituição e na lei".
Segundo o ministro da Educação, Héctor Navarro, a LOE
não limita a liberdade de expressão, só prevê que os estudantes sejam "vacinados" para
conseguir identificar manipulações de informação dos meios
de comunicação. Ele defende
que a análise do noticiário seja
parte do currículo escolar.
Diante da Assembleia Nacional, um grupo de manifestantes
contrários à lei foi reprimido
com jatos de água e bombas de
gás lacrimogêneo. Não houve
relato de feridos.
A oposição acusa o governo
Chávez de querer usar a nova
lei para acabar com as autonomias universitárias (muitas
universidades públicas têm reitores antichavistas) e de implantar um currículo "socialista", apesar de essa palavra não
constar no projeto.
O governo Chávez nega as
acusações e diz que as autonomias das universidades serão
respeitadas. Anteontem, o ministro Navarro afirmou que as
eventuais divergências serão
resolvidas pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), órgão máximo do Judiciário controlado
por juízes pró-governo.
Até o fechamento desta edição, a Assembleia Nacional não
havia terminado de votar a
LOE.
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