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PAIXÃO DOS PINGÜINS
Documentário francês é segunda maior bilheteria do gênero nos EUA, atrás de "Farenheit 11/ 9"
Filme sobre aves vira libelo conservador
DA REDAÇÃO
A esquerda americana tem Michael Moore. E a direita agora
tem... pingüins.
O documentário francês "Marcha dos Pingüins", que narra a
migração anual dos animais para
territórios prolíficos em comida,
ganhou críticas exaltadas de publicações e políticos conservadores americanas. E virou sucesso.
O website antiaborto WorldNetDaily.com enxerga na obra
de Luc Jaquet um libelo em defesa da vida e do direito de protegê-la. Já para a revista cristã "World
Magazine", o filme põe por terra
a teoria da evolução em prol da
idéia de que Deus fez o mundo
em seis dias. Em uma reunião de
jovens conservadores em agosto,
Rich Lowry, editor da "National
Review", recomendou-o como
"exemplo ideal de monogamia".
As platéias vêm reagindo bem.
Segundo números citados pelo
jornal "The New York Times", a
marcha dos pingüins já é o segundo documentário mais visto
da história dos EUA -atrás de
"Farenheit 11/9", de Moore.
A maior ironia é que Jaquet, o
diretor, diz defender a teoria da
evolução e se declara crítico do
aquecimento global (tema caro
ao governo George W. Bush, que
se recusa a assinar o Protocolo de
Kioto para reduzir a emissão de
gases que criam o efeito estufa).
"É óbvio que o aquecimento
global tem impacto sobre a reprodução dos pingüins. Mas boa
parte da platéia parece insensível
à questão. Temos que nos comunicar com as pessoas de outra
forma, e não apenas dar-lhes um
sermão", disse o diretor em entrevista à "National Geographic"
na qual disse que pretendia atingir "o maior público possível".
Laura Kim, vice-presidente da
Warner Independent, que distribui o filme nos EUA, diz tratar-se
"só de um filme sobre pássaros".
Mas conservadores vêem mais.
"É o primeiro filme de que eles
gostam desde "A Paixão de Cristo'", disse o radialista conservador e crítico de cinema Michael
Medved ao "Times". "Esta é "A
Paixão dos Pingüins"."
Com "The New York Times"
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