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Negociações com Israel ainda são "prematuras", diz Mitchell
Declaração de enviado dos EUA esfria expectativa sobre paralisação de assentamentos
DA REDAÇÃO
O enviado especial dos EUA
para o Oriente Médio, George
Mitchell, disse ontem, após
reunião com o presidente de Israel, Shimon Peres, que ainda
são "prematuras" as negociações em relação ao possível
congelamento dos assentamentos israelenses no território palestino ocupado da Cisjordânia.
A declaração esfria as expectativas de que Mitchell voltará
da turnê pela região, considerada chave pela diplomacia americana, com um acordo pré-desenhado em que o governo de
Israel se comprometeria em
paralisar novos assentamentos.
De acordo com a imprensa
local, o governo estaria disposto a aceitar o congelamento por
nove meses, com a condição de
continuar as obras de 2.500
unidades habitacionais já em
construção e de iniciar outras
455 avalizadas há uma semana.
A instalação de novas colônias e a expansão das que já
existem são o principal entrave
para o retorno de palestinos e
israelenses às negociações, paralisadas desde o fim de 2008.
Segundo a Autoridade Nacional Palestina (ANP), as colônias israelenses disseminadas
pela Cisjordânia inviabilizam a
criação de um Estado palestino
com território contínuo -norte dos diálogos desde 1993.
Recentemente, os EUA, tradicionais aliados de Israel, e
boa parte da comunidade internacional também vêm pressionando o governo pelo congelamento dos assentamentos, mas
há forte resistência, principalmente da direita israelense,
que inclui o Likud, partido do
premiê Binyamin Netanyahu.
"Nós ainda estamos trabalhando para reduzir as discordâncias e esperamos dar um
passo à frente num futuro próximo. [Mas] em relação às sugestões [da imprensa] de que
nós alcançamos um acordo
nesse âmbito, são [informações] imprecisas, porque são
prematuras", disse Mitchell
durante o encontro de ontem.
Hoje Mitchell reúne-se com
Netanyahu, e, amanhã, com o
representante do lado oposto
do conflito, o presidente da
ANP, Mahmud Abbas.
Na mesma linha, o premiê israelense declarou ontem que as
discordâncias entre seu país e
os EUA persistem, que "ainda
há trabalho para fazer", mas
que espera diminuir as divergências, dando a entender que
não há certeza sobre acordo.
Ontem, Netanyahu fez uma
viagem-relâmpago ao Egito para se encontrar com o ditador
Hosni Mubarak, mediador nas
relações entre palestinos e israelenses.
Com agências internacionais
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