São Paulo, segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Negociações com Israel ainda são "prematuras", diz Mitchell

Declaração de enviado dos EUA esfria expectativa sobre paralisação de assentamentos

DA REDAÇÃO

O enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, George Mitchell, disse ontem, após reunião com o presidente de Israel, Shimon Peres, que ainda são "prematuras" as negociações em relação ao possível congelamento dos assentamentos israelenses no território palestino ocupado da Cisjordânia.
A declaração esfria as expectativas de que Mitchell voltará da turnê pela região, considerada chave pela diplomacia americana, com um acordo pré-desenhado em que o governo de Israel se comprometeria em paralisar novos assentamentos.
De acordo com a imprensa local, o governo estaria disposto a aceitar o congelamento por nove meses, com a condição de continuar as obras de 2.500 unidades habitacionais já em construção e de iniciar outras 455 avalizadas há uma semana.
A instalação de novas colônias e a expansão das que já existem são o principal entrave para o retorno de palestinos e israelenses às negociações, paralisadas desde o fim de 2008.
Segundo a Autoridade Nacional Palestina (ANP), as colônias israelenses disseminadas pela Cisjordânia inviabilizam a criação de um Estado palestino com território contínuo -norte dos diálogos desde 1993.
Recentemente, os EUA, tradicionais aliados de Israel, e boa parte da comunidade internacional também vêm pressionando o governo pelo congelamento dos assentamentos, mas há forte resistência, principalmente da direita israelense, que inclui o Likud, partido do premiê Binyamin Netanyahu.
"Nós ainda estamos trabalhando para reduzir as discordâncias e esperamos dar um passo à frente num futuro próximo. [Mas] em relação às sugestões [da imprensa] de que nós alcançamos um acordo nesse âmbito, são [informações] imprecisas, porque são prematuras", disse Mitchell durante o encontro de ontem.
Hoje Mitchell reúne-se com Netanyahu, e, amanhã, com o representante do lado oposto do conflito, o presidente da ANP, Mahmud Abbas.
Na mesma linha, o premiê israelense declarou ontem que as discordâncias entre seu país e os EUA persistem, que "ainda há trabalho para fazer", mas que espera diminuir as divergências, dando a entender que não há certeza sobre acordo.
Ontem, Netanyahu fez uma viagem-relâmpago ao Egito para se encontrar com o ditador Hosni Mubarak, mediador nas relações entre palestinos e israelenses.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Serviço secreto ordenou inspeção a "Clarín", dizem jornais
Próximo Texto: Ocidente defende coalizão entre Karzai e opositores
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.