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VENEZUELA
Passeata comemorou seis meses de golpe fracassado contra o governo e foi resposta a manifestação da oposição na quinta
Marcha pró-Chávez leva milhares às ruas de Caracas
DA REDAÇÃO
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, liderou ontem uma
passeata de milhares de pessoas
em Caracas. Os manifestantes comemoraram os seis meses do golpe fracassado de 11 de abril, quando Chávez foi afastado da Presidência, mas voltou ao poder cerca
de 48 horas depois, e foi uma resposta à marcha da oposição na última quinta-feira.
Chávez disse que o número de
manifestantes ultrapassou os 2
milhões: "É um rio humano".
"Setores minoritários de oligarcas
loucos não querem entender a
vontade do povo. O povo, então,
tem de impor a sua vontade."
A oposição só reconheceu que
"dezenas de milhares" tenham
participado da passeata. Não havia ontem estimativas independente sobre o comparecimento.
Várias crianças estavam vestidas "à la Chávez", com uniforme
militar e boina vermelha.
Além de muitas bandeiras da
Venezuela, estandartes com as figuras de Chávez, de Simón Bolívar, herói nacional da independência, e de Ernesto Che Guevara,
revolucionário argentino-cubano, eram comuns.
Luis Alfonso Dávila, dirigente
do Movimento Quinta República,
de apoio ao presidente, disse que,
"diferentemente da marcha da
oposição da semana passada, esta
gente [da marcha de ontem" tem
unidade de propósitos e de liderança". A referência de Dávila foi
uma provocação às correntes que
disputam a direção da oposicionista Coordenação Democrática.
Adotando um discurso conciliador, Dávila afirmou que "chegou a hora de acabar com os conflitos entre os venezuelanos". "Há
uma grande força aqui e uma
grande força por parte da oposição. Precisamos da união para
buscar o melhor para o país."
Nas bandeiras e nos estandartes
carregados pelos manifestantes
era possível identificar símbolos
representando todos os Estados
da Venezuela e associações de estudantes e indígenas.
Apoio e ameaça de greve
"Se houver uma eleição, ganharemos de novo", disse Edith Soto,
36, operária da indústria têxtil,
respondendo aos pedidos da oposição para que o governo renuncie e convoque eleições. O mandato de Chávez termina em 2007.
"Nós somos a maioria. Viva
Chávez!", dizia uma das faixas
carregadas pelos manifestantes;
"com Chávez presidente até o ano
2021", dizia outra.
"Ortega, este povo está a favor
de Chávez, não de seus sequazes",
gritou ao microfone um dos organizadores da marcha.
A referência era ao secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores da Venezuela -maior
sindicato do país-, Carlos Ortega, que prometeu liderar uma greve geral no dia 21. Ele tem o apoio
da Fedecámaras, principal entidade patronal venezuelana.
Os oposicionistas afirmam que
o presidente desvia recursos do
petróleo -principal produto do
país- para Cuba e que tenta impor um governo ditatorial e desastroso. Chávez afirma que desafia os interesses e os privilégios de
uma oligarquia corrupta que domina há séculos o país.
Viagem
Chávez embarca hoje para a Europa. Seu roteiro inclui um discurso na FAO (Organização das
Nações Unidas para a Agricultura
e a Alimentação), em Roma, um
encontro com o presidente Jacques Chirac, em Paris, uma conferência na Universidade Oxford,
no Reino Unido, e encontros com
autoridades norueguesas, em Oslo. O presidente só retorna a Caracas no sábado.
Com agências internacionais
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