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"Avozinha da resistência" protesta por Zelaya
DA ENVIADA A TEGUCIGALPA
Nos protestos contra o golpe
de Estado em Tegucigalpa, ela
está sempre com cartazes na
mão, discursando no microfone, ou constrangendo, com sua
autoridade de anciã, os policiais que batem nos jovens manifestantes.
Yolanda Chavarria, 80 anos,
é um dos símbolos da Frente
Nacional de Resistência.
Sua luta, diz, é pela democracia no país. Yolanda milita no
Partido Liberal -o mesmo de
Manuel Zelaya e Roberto Micheletti- desde os 15 anos.
Nunca assumiu cargos públicos ou concorreu em eleições.
Optou por ser professora em
escolas públicas.
Acabou afastada do cargo nos
anos 80 por causa de um dos
inúmeros golpes de Estado em
Honduras, ao qual se opôs. Desde então, se tornou uma ativista em tempo integral.
"Meus filhos são contra [que
participe das marchas e manifestações], mas não posso deixar de lutar pelo meu país, que
eu amo", diz ela.
Yolanda caminha com uma
bengala por causa de uma fratura no fêmur direito. Mas, durante os protestos, é comum
vê-la parada, com a bengala
pendurada no ombro, segurando cartazes. Ontem, mostrava
um em favor de Mel [apelido de
Zelaya]. Asmática, ela diz que
sofre com as bombas de gás e os
jatos d'água lançados pela polícia, mas aguenta firme. "O que a
polícia faz é uma grosseria, por
isso eu estou ali para dizer isso
a eles", afirma.
Ao falar do Brasil, que permitiu a permanência de Zelaya em
sua embaixada em Honduras,
Yolanda abre um sorriso. "Diga
ao presidente Lula da Silva que
a avozinha da resistência manda uma saudação."
(AF)
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