São Paulo, quarta-feira, 14 de outubro de 2009

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"Avozinha da resistência" protesta por Zelaya

DA ENVIADA A TEGUCIGALPA

Nos protestos contra o golpe de Estado em Tegucigalpa, ela está sempre com cartazes na mão, discursando no microfone, ou constrangendo, com sua autoridade de anciã, os policiais que batem nos jovens manifestantes.
Yolanda Chavarria, 80 anos, é um dos símbolos da Frente Nacional de Resistência.
Sua luta, diz, é pela democracia no país. Yolanda milita no Partido Liberal -o mesmo de Manuel Zelaya e Roberto Micheletti- desde os 15 anos.
Nunca assumiu cargos públicos ou concorreu em eleições. Optou por ser professora em escolas públicas.
Acabou afastada do cargo nos anos 80 por causa de um dos inúmeros golpes de Estado em Honduras, ao qual se opôs. Desde então, se tornou uma ativista em tempo integral.
"Meus filhos são contra [que participe das marchas e manifestações], mas não posso deixar de lutar pelo meu país, que eu amo", diz ela.
Yolanda caminha com uma bengala por causa de uma fratura no fêmur direito. Mas, durante os protestos, é comum vê-la parada, com a bengala pendurada no ombro, segurando cartazes. Ontem, mostrava um em favor de Mel [apelido de Zelaya]. Asmática, ela diz que sofre com as bombas de gás e os jatos d'água lançados pela polícia, mas aguenta firme. "O que a polícia faz é uma grosseria, por isso eu estou ali para dizer isso a eles", afirma.
Ao falar do Brasil, que permitiu a permanência de Zelaya em sua embaixada em Honduras, Yolanda abre um sorriso. "Diga ao presidente Lula da Silva que a avozinha da resistência manda uma saudação." (AF)


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