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China e Rússia selam acordo de gás
Em cerimônia com viés político, Putin anuncia futura venda de 70 bi de m3 de combustível a Pequim
Russo diz que cooperação é
"importante" elemento de
estabilidade global e detém
"colegas temperamentais",
em suposta alusão aos EUA
DA REDAÇÃO
Rússia e China estreitaram
ontem seus laços políticos e
econômicos com o anúncio de
um volumoso -ainda que preliminar- acordo, pelo qual a
estatal russa Gazprom venderá
70 bilhões de metros cúbicos de
gás à CNPC (China National
Petroleum Corp.) por ano.
Em Pequim, o premiê Vladimir Putin disse que a aproximação ajudará a conter outras
forças, no que foi considerada
uma alusão velada aos EUA.
O acordo pode fazer da China
-que necessita de energia para
suprir sua economia em expansão- a principal compradora
de gás natural da Rússia, que é a
maior produtora mundial da
commodity e sofre duramente
com a crise econômica global.
Putin citou ontem a cooperação como o "mais importante"
elemento de estabilidade global. "China e Rússia têm políticas externas pacíficas. Não temos tropas no exterior. A posição conjunta em algumas questões detém alguns de nossos
colegas mais temperamentais",
disse, em suposta referência
aos EUA, que pressionam Pequim e Moscou por posições
mais duras em oposição ao Irã e
à Coreia do Norte.
Segundo a Rússia, o fornecimento de gás deve começar em
2014 ou 2015, por um novo gasoduto que passará pela Sibéria, e as negociações sobre preço ocorrerão no início de 2010.
Moscou e Pequim também
anunciaram outros acordos,
que incluem uma joint venture
de uma refinaria perto de Pequim e convênios empresariais
de US$ 3,5 bilhões.
Por trás dos acordos e dos votos de amizade está a tentativa
de fazer contrapeso ao poder
americano, mas China e Rússia
também divergem entre si. Um
acordo anterior de venda de petróleo ocorreu sob intensas disputas por preço, o que pode se
repetir na negociação de gás. Os
países também disputam influência na Ásia Central, tradicional esfera de influência russa e região rica em combustível.
Gás à Europa
Em outra corrida energética,
um novo gasoduto que ligará a
Rússia à Alemanha, pelo mar
Báltico, provoca temores entre
os países do Leste Europeu.
O suprimento de gás à Europa Ocidental passa hoje pelas
ex-repúblicas soviéticas do
Leste Europeu. Se Moscou
pressioná-las reduzindo o
abastecimento de gás, automaticamente afetará o oeste da
Europa, mais rico e influente.
Porém, com a ligação direta
entre Rússia e Alemanha, o
abastecimento de leste e oeste
europeus seria independente.
Como consequência, segundo
apurou o "New York Times", a
Rússia pode lançar mão com
mais frequência do controle do
abastecimento de gás para
pressionar politicamente o
Leste Europeu.
"Antes [a Rússia usava] tanques, hoje, combustível", disse
um ex-chefe de Inteligência da
Polônia. Já a Gazprom alega
que o gasoduto tem fins meramente comerciais.
Com agências internacionais
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